Soja: Faeg estima prejuízos de mais de R$ 1 bilhão por conta da falta de chuvas, perdas são irreversíveis
Prejuízo chega a R$ 1,2 bilhão só no cultivo da soja em Goiás, tendo a falta de chuvas e altas temperaturas como explicações para a atual situação. A produtividade deve cair para 45 sacas por hectare, contra uma média de 53 a 54 na safra anterior, o que pode acarretar uma safra 15% menor na temporada 2014/2015.
“São danos irreversíveis nessa safra e a expectativa do produtor é que ao colher, o dano possa até ser mais grave do que o esperado, porque a seca afetou o enchimento do grão, fazendo com que ele pese menos, agravando os prejuízos”, explica o economista da FAEG, Pedro Arantes.
Mesmo assim, o que se obseva ainda são consultorias e até o mercado internacional trabalhando com perspectivas de uma safra cheia aqui no Brasil em torno de 95 milhões de toneladas, o que não deve se concretizar por causa da seca que atingiu não só Goiás, mas a região do cerrado de modo geral.
Os problemas com o cultivo da soja devem estender os prejuízos para a safra de milho também. Embora seja um cultivo mais resistente à seca, muitos produtores usam a primeira safra da soja para financiar e adquirir os insumos para a segunda safra de milho. “Aqueles produtores que estão tendo muitos prejuízos agora, com certeza não vão ter condições de produzir milho na segunda safra”.
Desde semana passada, tem chovido em algumas regiões do estado de Goiás, porém não de uma forma regular e nem na quantidade suficiente. “Quando chove acima de 50 milímetros, a temperatura do solo e do ar como um todo já fica mais amena. Nas regiões em que a quantidade de chuva atingiu apenas 20 milímetros, o resultado não é benéfico, pois a água não consegue umedecer o solo de forma suficiente, cozinhando a planta”.
A perda de 3 a 4 milhões de toneladas na safra brasileira não deve afetar os preços do mercado, como explica Pedro Arantes. “A nível mundial esse impacto ainda é muito pequeno. Então, o produtor acaba ficando com problemas, pois perdeu na produção e nem teve uma reação de preço. As variações de preço, ultimamente, têm sido mais em função do câmbio do que dos fatores climáticos”.
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Luiz Flávio Lima cormandel - MG
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