Exportações de carne de frango e suína podem ser afetadas pela Operação Carne Fraca
O diretor-executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Ricardo de Gouvêa, diz que ainda não há uma avaliação do impacto direto no mercado da operação Carne Fraca, da Polícia Federal. As informações ainda estão sendo coletadas e irão depender de uma reação por parte do consumidor no mercado interno e também do mercado externo.
Os principais mercados importadores estão pedido explicações ao Governo Federal. A China, a Coreia do Sul, o Chile e a União Europeia, mercados importantes para o frango brasileiro, podem impor embargos que, se confirmados, podem trazer sérios problemas para a produção no país como um todo.
Em janeiro e fevereiro, as exportação de carne de frango foram recorde em relação ao ano passado. Gouvêa diz que prefere aguardar os próximos dias para observar a reação do mercado e perceber se este valor irá se refletir em março. Com a gripe aviária afetando granjas em várias partes do mundo, o Brasil teria a oportunidade de crescer em importação de aves.
Ele lembra ainda que muitos dos países que recebem o frango brasileiro vêm frequentemente ao país analisar o sistema de inspeção. Para o diretor-executivo, o que causou problema foi o desvio de alguns funcionários públicos e algumas empresas, mas muito localizadas. "Tem que ter esse discernimento de que não é esse o sistema que o Brasil tem", diz. "Existe uma situação de fraude e nós somos os primeiros a dizer que tem que penalizar e punir quem está fazendo esse tipo de coisa. O consumidor é o principal elemento e nós temos o objetivo de atendê-lo com melhor qualidade. Um fato isolado não pode destruir um trabalho de anos de confiança na indústria brasileira".
Em Santa Catarina, 99% da produção de aves é integrada à indústria. Na suinocultura, também há um bom volume de parceria integrada e alguns produtores independentes no mercado spot. Se a oferta for maior no mercado interno, isso poderá trazer prejuízo para as indústrias e os produtores independentes irão enfrentar "um problema muito sério".
Para Gouvêa, este é um momento de agir com cautela, acompanhando toda a movimentação. As agroindústrias devem olhar para o consumidor e mostrar toda a qualidade e segurança que o Brasil possui. "A garantia que temos é total e podemos dizer ao consumidor que ele pode continuar consumindo carne tranquilamente", conclui.
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