La Niña em 2020 pode atrasar chuvas para a florada do café no Brasil e gerar perda de qualidade na produção da Colômbia
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Entrevista com Fernando Maximiliano - Analista de Café da StoneX sobre o La Ninã no Café
DownloadAs projeções mais recentes do NOAA indicam chances de La Niña acima de 50% em 2020 e caso o fenômeno se confirme, pode impactar diretamente na produção mundial de café. A StoneX fez um estudo especial sobre os possíveis impactos nas principais regiões produtoras de café do mundo.
Começando pela Colômbia, Fernando Maximiliano explica que os impactos na produção seria de uma baixa na qualidade do café. Segundo o analista, entre 2010 e 2011 o país já sofreu uma grande incidência de ferrugem, consequência de uma La Niña e o excesso de chuvas. Naquela época, segundo o analista, apenas 30% das lavouras colombianas eram resistentes à ferrugem e houve uma quebra de safra expressiva.
Após o fenônemo, a Colômbia fez uma renovação nas lavouras e atualmente 83% das lavouras já são resistente ao excesso de chuva. Os volumes, no entanto, podem acabar resultando em uma produção de baixa qualidade, o que refletiria diretamente nos preços na Bolsa. "A Colômbia vem de uma safra muito boa, a do ano passado, em qualidade e quantidade e o mercado espera muito por esse café", afirma.
Falando em Brasil, Fernando destaca que o La Niña poderia atrasar a florada da safra 2021. "Se houvesse um La Niña, ele aconteceria durante um período em que a safra brasileira estaria progredindo entre períodos muito sensíveis a condições climáticas", comenta.
A preocupação, no entanto, é se acontecerem chuvas nos próximos dias e posteriormente ser registrado um atraso na estação chuvosa. "O maior risco para a produção brasileira de café durante os anos de La Niña é o potencial de um atraso no início das chuvas sazonais, que poderia significar uma florada mais tardia do que o habitual", afirma StoneX.
A consultoria explica ainda que Após o período de dormência do ciclo de produção de café no Brasil, são necessários bons volumes de chuva para desencadear a florada dos cafezais. Durante ela, temperaturas muito altas podem danificar os botões. Após a florada, a formação dos frutos também pode ser prejudicada por altas temperaturas e estresse hídrico. No final do ano, o ciclo cafeeiro no Brasil estará na fase de crescimento dos frutos, muito sensível a um déficit hídrico.
Veja a entrevista completa no vídeo acima
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