Safra de café menor que a estimada pelo mercado e produtores dispostos a aguardar melhores preços podem surpreender compradores
Com a influência da chegada da safra brasileira, os preços do mercado do café não contam com uma alta consistente na Bolsa de Nova York (ICE Futures Group), apesar de uma modificação positiva na semana passada.
Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooxupé, destaca que, no Brasil, visualiza-se a safra de uma forma diferente da expectativa dos grandes players, que estão sendo otimistas em relação à safra. Enquanto o mercado internacional aposta em uma safra de 48 milhões de sacas para o arábica, a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) trabalha com 42 milhões de toneladas, números que a Cooxupé também aposta.
A produção do Brasil será impulsionada, de fato, pelo café conilon, que deverá ter uma produção de 13 a 15 milhões de toneladas. Dias lembra que os únicos players que não consideram os números da Conab são aqueles que trabalham com o mercado do café. "Temos um defeito grave de não acreditar nos nossos próprios números", diz.
ELe conta que, apesar da boa florada, a seca forte em várias regiões brasileiras fez com que houvesse uma falta de pegamento, ficando a produção assim aquém das expectativas iniciais. Há muito café verde sendo colhido que irá competir diretamente com o conilon - este que possui os preços depreciados no momento.
Os produtores, portanto, terão de se preocupar com a qualidade. A demanda cresce pelo café tipo cereja descascado e a qualidade recebe prêmio. O conselho de Dias, assim, é para que os produtores "caprichem na qualidade".
No mercado internacional, a conjuntura deve continuar complicada, "a não ser que haja uma onda de frio forte", avalia o superintendente.
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