Colheita atrasada no Brasil ainda atua como fator positivo e de sustentação para as cotações no mercado internacional
No mercado interno, o atraso na colheita do café tem sido um fator positivo para as cotações. De acordo com a consultoria Safras & Mercados, o excesso de chuvas nas principais regiões produtoras prejudicou os trabalhos de campo, que até a última semana alcançou 42% do volume projetado para a temporada 2015/16.
Apesar de ligeiramente mais avançado que a média histórica - de 41% - a colheita está 10% atrasada com relação a temporada passada, que neste período estava em 52%. Segundo informações da Somar Meteorologia, há previsão de chuvas para São Paulo, algumas regiões do Sul de Minas, e mais de 100 mm para o Estado do Paraná nos próximos dias.
Segundo a analista de mercado, João Santaella, as indefinições da colheita, a oscilação do câmbio e da Bolsa de Nova York (NYBOT), deixam os produtores fora das comercializações e poucos negócios acontecem. "Em um dia o mercado está a 500 pontos de alta, no outro dia 500 pontos de baixa, então os produtores ficam sem uma opinião exata e estão de olho no câmbio", afirma.
No mercado interno, os negócios com o café fino acontecem em torno de R$ 460,00 a R$ 470,00 a saca de 60 kg e "para vendas futuras saíram algumas negociações na faixa de R$ 490,00/sc", declara o analista.
Para ele a chegada do inverno e uma possível condição climática desfavorável pode gerar uma recomposição dos fundos, com isso "o mercado consegue romper a faixa de US$ 140 cents/bushel no mercado internacional".
As informações sobre o mercado financeiro também são absorvidas pelo mercado externo. A situação da Grécia, que pode dar um calote de € 1,6 bilhão ao FMI, traz pressão aos futuros do café na NYBOT.
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