Sem a JBS, pecuaristas de Coxim/MS viajam 300 km para abater animais em Campo Grande; arroba em R$ 117
Na região de Coxim (MS), os pecuaristas estão com dificuldade em escoar a produção. Sem alternativa de venda nas proximidades, os produtores se vêm obrigados a realizar contrato no prazo com a JBS ou levar seus animais a quilômetros de distância para receber à vista.
O pecuarista, Junior Sidônio, conta que não conseguem vender gado em grande escala, mesmo com os preços baixos. Na região, desde o final de última passada, a cotação do boi gordo perdeu R$ 3/@. Atualmente as ofertas de balcão variam de R$ 117/@ para o boi gordo a R$ 108/@ vaca gorda.
Mas, esse cenário pode pior. Sidônio afirma que "os frigoríficos pequenos estão pagando até R$ 5/@ a menos", o que indica uma possibilidade real de queda no curto prazo.
Essa pressão mais intensa dos frigoríficos de médio e pequeno porte é possível, pois, desde que a JBS anunciou as vendas somente com pagamento para 30 dias, muitos produtores optaram por deixar de negociar com a empresa, buscando abater em indústrias locais.
Acontece que essa mudança de comportamento favoreceu o alongamento das escalas destes frigoríficos, que até então, tinham maior dificuldade de comprar e chegavam a ofertar mais para preencher a programação. A realidade hoje, na região de Coxim, é de frigoríficos com escalas de até 30 dias. "Estão escalando gado sem preço", afirma Sidônio.
Com poucas alternativas, a beira do inverno e precisando desovar os animais, os produtores estão levando o gado para abater em Campo Grande (MS) - 300 km de distância. "O problema é que esse transporte além de ser oneroso, reduz a qualidade da carcaça e perde valor", explica o pecuarista.
Segundo ele, desde o início do ano a renda do produtor caiu 20% em decorrência de Carne Fraca, JBS, Funrural e também a virado do ciclo pecuário. "Hoje não temos dinheiro para fazer reposição ou para qualquer outra necessidade da fazenda, porque as vendas à vista quase não ocorrem."
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