Investimento na qualidade do produto agrícola cria uma nova cultura de consumo
O Conexão Campo Cidade desta semana destacou a possibilidade da produção agrícola brasileira ser ainda mais valizada, através da associação do turismo às propriedades agrícolas. Um exemplo disso é o roteiro “Do Genoma à Xícara”, em uma fazenda de café situada no município de Santo Antônio do Pinhal, em São Paulo.
Para abordar esse tema, o Conexão Campo Cidade recebeu as participações especiais de de Henrique Gallucci, Presidente da Coopinhal (Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Pinhal) e Andréa Squilace, engenheira agrônoma criadora e gestora do roteiro turístico.
Durante a conversa, Squilace destacou que o café tem muita história e o Brasil tem muita história do café. Por esse motivo, roteiro turístico que ela criou mostra todo o caminho que o café percorre desde os institutos de pesquisa.
O IAC (Instituto Agronômico de Campina), como ela exemplificou, foi criado por D. Pedro II para fazer pesquisa sobre a cultura. Como resultado, “hoje tem um banco de café maravilhoso, de onde provém as duas variadades plantadas hoje no Brasil”, conforme destacou a agrônoma.
A partir do conhecimento dessa história, ela passou a mostrar isso aos consumidores, que na maioria das vezes não têm ciência de todo desenvolvimento, técnica e tecnologia que existe aplicada em uma xícara de café. “Eu cresci no meio da lavoura e fui percebendo que as cadeias não se conversavam. O consumidor não fazia ideia do que o produtor precisa parta fazer uma xícara, enquanto que o produtor não sabia de toda sofisticação que envolvia a degustação e esses movimentos”, contou.
“O quanto a gente tem dentro de uma xícara de café. Quem conhece fica realmente impacto ao conhecer todo o processo e toda história que o Brasil tem com o café”, completou Squilace.
Marcelo Prado destacou durante a conversa que na última semana esteve na Itália e viu em uma cafeteira a marca de uma grife de alta costura. “Ao ver isso, você percebe possibilidades de criação do charme de beber café. A denominação geográfica para uma bebida também diferencia a qualidade. Precisamos criar isso no Brasil para agregar valor. Esse trabalho de levar o turista, para se hospedar em fazende de café e conhecer esse cricuito”, afirmou Prado.
A partir isso, ele questinou qual tem sido o retorno obtido por Squilace com a implementação do roteiro turístico. “A grande maioria diz que não vai mais reclamar do preço de uma xícara de café. E dizem que nunca mais tomarão café da mesma maneira. Será com uma outra visão, de buscar um café especial”, afirmou a produtora.
Segundo ela, as pessoas saem com uma outra cultura de consumo. “Provam o café cereja e se impressionam com o sabor mais doce. Quando têm a possibilidade de experimentar, começam a entender todos os cuidados que o produtor toma até chegar na xícara” explicou.
De acordo com José Luiz Tejon, esse tipo de investimento será uma constante no país. Segundo ele, o faturamento do agronegócio mundial é de US$ 23 bilhões e o Brasil representa pouco mais de 2% desse total. Para ele, esse exemplo do café será uma constante, se expandindo para outros produtos, como já ocorre com o vinho e aumentando a participação do Brasil nesse PIB do agro, por meio da agregação de valor.
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