Brasil tem na mesa as maiores oportunidades de sua história, afirma Paulo Hartung, presidente da Ibá
O Conexão Campo Cidade desta semana recebeu como convidado especial o presidente da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores e ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Durante o debate, ele destacou as atuais necessidades planetárias por alimento e renovação energética e apontou o Brasil como o principal país para ser provedor dessa demanda. Por esse motivo, ele acredita que o país tem agora seu melhor momento de oportunidade econômica de toda história.
Como afirmou Hartung, o mundo demanda algumas necessidades básicas e uma delas é o alimento. O Brasil mostrou nos últimos anos a capacidade de prover o planeta nessa demanda. “Saímos de um país importador de alimentos, para hoje capaz de alimentar cerca de 10% da população mundial”, ressaltou.
Agora para ele, o Brasil tem capacidade de prover outra demanda mundial, que é a energia limpa. “Temos um parque de hidroeletricidade fabuloso. Temos uma experiência de biomassa que é um orgulho nacional. Temos sol abundante e vento constante em algumas regiões”, afirmou o presidente da Ibá.
Uso de áreas degradadas
Durante a discussão, Hartung citou um estudo da Universidade Federal de Goiás, que calcula a terra antropizada passível de ser convertida para produção de alimentos ou energia, com algum nível de degradação, em um total de 88 milhões de hectares. Para aproveitar esse espaço, ele desta que o setor de árvores para produção industrial mais cresce em Mato Grosso do Sul, justamente substituindo pastos degradados.
“Hoje, o setor já planta, colhe e replanta em aproximadamente 10 milhões de hectares. Temos toda tecnologia para evoluir. Esse setor conserva 6,7 milhões de hectares. Quando olha no uso da terra, o Brasil é um ponto fora da curva. O Brasil já tem experiência bem sucedidas, o que precisa fazer agora é replicar, produzindo árvores, grãos e matérias-primas para geração de energia”, acrescentou Hartung.
Oportunidade para o Brasil e necessidade de regulamentação
Hartung destacou também a iniciativa de diversos países em relação à agenda climática. Segundo ele, as nações que têm mais dinheiro se movem com mais agilidade. O Brasil é muito endividado, quando chega nesses momentos, não dispõe dos mesmo recursos fiscais de outros países.
Por isso, o base de regulamentação do Brasil precisa ser o grande diferencial do país. A questão do crédito de carbono tem que ser um mercado bem regulado, que dialogue com outros do mundos e com o mercado voluntário.
Conforme ele afirmou, o debate sobre combustível do futuro é a mesma situação, tem que ter a melhor regulamentação do mundo, uma base jurídica sólida para atrais o capital estrangeiro e ter a capacidade de fazer no nosso país.
“Quem disputa essas questão com o Brasil é apenas a Ucrânica que está em guerra, e países da África que vão gastar muitos anos para ter uma base de segurança jurídica para atrair capital mundo afora. Então, o Braisl consegue organizar sua produção com os estímulos certos. Precisa ter foco para dar os passos corretos”, afirmou.
“Na história econômica do país, neste momento temos as maiores oportunidades de sua história. Temos que nos organizar como país e precisamos parar de perder oportunidades. Precisamos de uma regulamentação para atrais investidores de toda a parte do mundo”, completou Hartung.
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