Brasil protagoniza discussões da COP 27, com o mercado de carbono como principal pauta
O agronegócio e os setores urbanos estão intrinsecamente conectados, já que as cadeias produtivas de alimentos influenciam diretamente no cotidiano das cidades. Porém, muitos ruídos de comunicação entre as duas pontas geram discussões e desentendimentos que merecem atenção. Nesse contexto, o site Notícias Agrícolas e a consultoria MPrado desenvolveram o projeto Conexão Campo e Cidade, que visa debater diversas questões relacionadas aos negócios que envolvem os ambientes urbanos e rurais.
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Nesta semana, o Conexão Campo Cidade recebeu como convidada a presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio, Carla de Freitas, para falar sobre o crescimento da participação das mulheres na agropecuária brasileira. Além disso, a presença brasileira na COP 27 e os possíveis nomes para ministros da Agricultura no próximo ano estiveram entre os temas debatidos.
O Núcleo Feminino do Agronegócio e seu propósito
Carla de Freitas é a presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) e uma agropecuarista com propriedade no estado de Rondônia. O NFA é a primeira associação de mulheres do agronegócio do Brasileiro, criado em 2010, quando, segundo a presidente, o número de mulheres no comando da atividade agrícola era muito menor.
E é exatamente esse comando que é discutido nas reuniões da associação. No NFA, como fez questão de salientar Carla, não se discute política, religião e afins, mas sim a gestão da propriedade rural, e uma gestão feita por mulheres, mas como iguais entre os homens. "Nós não temos bandeira feministas, nós temos bandeira de negócios".
Mulheres no agro: uma história de vida
Por mais que hoje seja uma grande produtora rural, a carreira profissional de Carla de Freitas começou fora do campo, mas acrescentando experiência em gestão. Durante o Conexão Campo Cidade, ela contou que sua primeira atividade foi como empresária no meio urbano. A presidente do NFA é também dona de uma rede de óticas no estado de Rondônia.
Com sucesso nos negócios, não era objetivo dela assumir o comando de uma fazenda, porém foi algo necessário. O pai de Carla era produtor rural e, após a morte do patriarca, ela herdou os negócios e sua única escolha se tornar então a nova gestora da propriedade.
Incentivada e apoiada por sua mãe, Carla então deu início à sua jornada como agropecuarista e, com todas as dificuldades típicas da atividade, ela conseguiu implementar uma gestão eficiente e hoje obtém no campo os mesmos bons resultados que conseguiu na cidade.
A participação do Brasil na COP 27 e o destaque nos créditos de carbono
Começou nesta semana a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), chamada de COP 27; O evento segue até o dia 18 deste mês de novembro, na cidade de Sharm El Sheikh, situada no Egito, com a presença de mais de 90 chefes de estado e representantes de 190 países.
Sobre a COP 27, Leticia Jacintho destacou que cada vez mais se fala sobre os créditos de carbono, um meio para que países desenvolvidos que não conseguem reduzir suas emissões paguem para outras nações retirarem gases poluentes da atmosfera.
Nesse contexto, o Brasil assume um papel de destaque, pois, como revelou Leticia, de acordo com a Boston Consulting Group, o país pode atrair US$ 3 trilhões de investimentos em créditos até 2050 e ficar carbono-positivo, ou seja, retirando mais CO2 da atmosfera do que emitindo.
Brasil precisa das suas próprias métricas e não depender Europa e EUA
Mesmo assim, possuindo 84% de sua matriz energética de fonte renovável, o Brasil participa de recursos de fundos climáticos em uma porcentagem muito pequena, 4,5%, segundo Leticia. Então, se conseguir oficializar os créditos, com uma regulamentação dos créditos, o país pode atender, sozinho, até 48% da demanda global em 2030.
O grande desafio então é criar sua regulamentação própria, pois a produção brasileira, por estar concentrada em um clima tropical, é diferente da europeia e americana, de onde vem as regras atuais desse mercado. Um exemplo claro são as métricas para o pasto, que na Europa é criado exclusivamente em confinamento, e no Brasil em pastos.
Alerta aos produtores para a Safra 22/23
Marcelo Prado, CEO da MPrado Consultoria Empresarial e Associados, afirmou no debate Conexão Campo Cidade da última segunda-feira (07), que o prejuízo de R$ 78 milhões reportado pela SLC Agrícola, a maior empresa agrícola do Brasil, representa um alerta para os empresários rurais brasileiros para a Safra 2022/23.
Para ele, isso deixa um alerta para os produtores rurais: "Cuidado com este ano agrícola. Nós estamos plantando em um ano com custos 20%, 30% maiores e podemos colher em 2023 com preços menos, por causa da desaceleração da economia", frisou Prado.
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