Taxação no MT e os reflexos sobre a Lei Kandir, com Eduardo Lima Porto
O jornalista João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas, conversou nesta quinta-feira (17) com o consultor Eduardo Lima Porto para tratar da declaração de estado de calamidade pública financeira decretada pelo governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM).
Porto se diz "surpreendido" com a decisão do Governador, uma vez que a situação não foi prevista no plano de governo enviado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo o consultor, o plano tratava de uma série de pretensões, em grande parte, abstratas, das quais não se abordava de onde sairiam os recursos e que não possuiam indicado seu nível de dificuldade e, muito menos, a necessidade de taxação sobre o setor agropecuário, como é proposto agora.
A proposta do consultor para Mendes é que ele chame o setor legislativo do estado para que estes abram mão de sua remuneração enquanto o estado se encontra na situação atual. Para ele, o próprio governador deveria abrir mão de seus vencimentos antes de falar em mais impostos e mais contribuições.
Ele ressalta que o Mato Grosso é o estado que tem o melhor potencial do Brasil e que não é possível que os problemas sejam descontados da agricultura, que ajudaram na evolução para o momento no qual ele se encontra.
Confira a entrevista completa no vídeo acima
Federação de Agricultura de Sta. Catarina pede revogação de medida que aumentou a tributação sobre alimentos
“Um golpe duro e desleal contra o produtor rural e o consumidor urbano”. Assim o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) José Zeferino Pedrozo avaliou a decisão do governo catarinense em aumentar a tributação dos alimentos.
A situação foi criada pelo ex-governador Eduardo Pinho Moreira ao final da Administração estadual encerrada em 31 de dezembro, quando assinou e publicou em 28 de dezembro o Decreto 1.867/2018, revogando benefícios fiscais no âmbito do ICMS para diversos segmentos da economia. A medida impactou fortemente o setor de alimentos, com aumento do ICMS tanto sobre itens que compõem a cesta básica (pão, arroz, feijão etc.) quanto a outros alimentos (queijos, maionese, doce de leite, achocolatados e biscoitos, entre outros). Pelo decreto, o ICMS incidente sobre produtos básicos como feijão, arroz, macarrão, farinha e pão, por exemplo, passaria de 7% para 12%, com um aumento de 58,3%.
As revogações dos benefícios fiscais entram em vigor a partir de 1º de abril deste ano.
Pedrozo mostra que a nova norma encarece o preço final dos alimentos e produz efeitos perversos em duas frentes. De um lado, torna os produtos catarinenses menos competitivos no mercado nacional, criando sérios problemas para os produtores rurais. “Isso é uma injustiça justamente contra quem, com muito sacrifício, assegurou ao País o pouco de estabilidade nesses quatro anos de crise que assolou todas as área da economia brasileira”, reclama. De outro lado, a medida do Governo encarece o custo de vida das famílias – “já castigadas pelo desemprego” – além de impactar na inflação.
O presidente da Faesc pedirá ao governador Carlos Moises da Silva para revogar imediatamente o Decreto 1.867/2018 em face dos malefícios sociais e econômicos que provoca. “A decisão do ex-governador foi muito infeliz, mas o atual governante tem a oportunidade de corrigir esse erro”.
José Zeferino Pedrozo também alertou sobre outro assunto que está em estudo na área técnica do governo estadual: o fim do regime de crédito de ICMS para as agroindústrias. Em face de insuficiência de milho produzido em território barriga-verde, as indústrias de aves e suínos importam 3,5 milhões de toneladas de outros Estados, creditando-se do ICMS na aquisição para utilizar esse crédito na operação de venda.
“O governo precisa ter muita responsabilidade nesse assunto, pois, se esse regime acabar, estaremos na prática expulsando para outros Estados nossa pujante agroindústria”, advertiu.
5 comentários
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Gracieli sorriso - MT
Teve reunião com os representantes do setor produtivo... e eles não fizeram nada... COVARDES... queria ver se ameaçassem o governo... Não temos saúde... não temos estradas... um estado rico como esse... cadê o todo poderoso administrador atual governador... não é uma questão de política essa crítica... mas sim de bom senso, é bom assumir e sair cobrando impostos... ao invés de gerenciar as contas, larga o problema para os produtores... VERGONHA
Elói Petry Batista Cerro Largo - RS
Como sempre, o setor produtivo vai pagar a conta. A proposta para os Deputados abrirem mão dos vencimentos não tem a menor possibilidade de ocorrer. Nossos Deputados ficam até com o dinheiro dos assessores. Vejam o caso do Rio de Janeiro. O dinheiro abastecendo a família Bolsonaro. O poço não tem fundo.
E lá vem a PTzada alardear que são todos iguais (??!!)....
Caro Rafael...no caso do filho do borsanada são iguais a pt..PMDB..pp...e cia..
Rogerio Nogueira Alvorada - TO
Ai vem o governador do MT jogar a culpa da crise financeira sobre os funcionarios publicos efetivos, mas nenhum governador abre mao do seus cabos eleitorais... E, pior, quer jogar a conta para quem produz. Cortem as mordomias que o dinheiro sobra.
elcio sakai vianópolis - GO
Na verdade, éramos o elo mais forte da economia (agricultura), porém nada dura pra sempre. O grande celeiro do mundo está debilitado, com todos seus alicerces frágeis. O pior é que só iremos perceber a real situação quando a maior parte dos empresários e produtores começarem a cair. Após isso acontecer, podem cobrar o imposto que quiserem, criar leis que os beneficiem, pois não haverá renda em nenhum lugar.
FABIANO DALL ASTA Canarana - MT
Nao duvido que esse estado faça de tudo pra ficarem poucos mega produtores na atividade.