Setor de ração brasileiro deve sentir os impactos da Operação Carne Fraca

Publicado em 21/03/2017 17:41
Confira a entrevista de Dilvo Grolli - Presidente da Coopavel
À espera da reação nos mercados internacional e interno, empresas do setor já adquirem os grãos com mais lentidão. Quadro pode gerar pressão maior sobre os preços do milho e da soja praticados no mercado doméstico. Momento é de cautela para os produtores rurais.
O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, aponta que "temos de ter uma cautela grande" em relação à Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. São apenas cinco os frigoríficos com irregularidades e 21 sob investigação, ante 4.600 plantas no Brasil - ou seja, apenas 0,1% estão no foco da operação, sendo assim, um número muito pequeno.

 

A economia das carnes no Brasil garante o emprego de 6 milhões de pessoas e as exportações trazem 15 bilhões de dólares anuais para o país, sendo o terceiro setor mais importante em volumes embarcados. "Por uma notícia mal colocada, agora temos que dar um esclarecimento", aponta Grolli, lembrando que o fator "generalizou" e pegou toda a cadeia.

Hoje, de acordo com Grolli, o consumidor brasileiro já está começando a entender que a situação não é do complexo de carnes do Brasil e, sim, dentro de algumas plantas pequenas. O mercado internacional está começando também a receber informações de que a notícia foi colocada de "maneira pesada" - "falta esclarecer e separar o joio do trigo", avalia o presidente.

As informações, de imediato, respingam também no mercado de grãos, que fazem parte diretamente da cadeia de carnes. Se houver problema no mercado interno ou nas exportações, o consumo de grãos também irá diminuir. Já há uma pressão no valor dos grãos em decorrência de empresas diminuindo seus estoques para aguardar a reação do mercado internacional e do mercado interno.

Grolli elogia o trabalho do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Blairo Maggi, que já está viajando e esclarecendo os problemas junto aos consumidores internacionais. Ele avalia também que as novidades da operação são positivas, já que seguem esse tom de esclarecimento.

Ele destaca ainda que os produtores brasileiros devem reunir forças com a área urbana para "melhorar o Brasil e não trabalhar fortemente nas notícias ruins".

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Por:
Fernanda Custódio e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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