USDA aumenta estoques de soja dos EUA e safra do Brasil para 114 mi de t
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe, nesta sexta-feira (9), seu novo boletim mensal de oferta e demanda e poucas mudanças foram feitas entre os números da soja e do milho. Os destaques foram os estoques finais norte-americanos da oleaginosa e os números da América do Sul.
Soja EUA
O departamento trouxe estoques finais de soja acima do esperado tanto nos números da safra velha, quanto da safra nova para o quadro dos Estados Unidos.
Da safra 2016/17, os números foram estimados em 12,25 milhões de toneladas, contra a média esperada pelo mercado de 11,76 milhões. Já da 2017/18, de 13,47 milhões, contra média de 13,55 milhões. Em maio, os números vieram em, respectivamente, 11,84 e 13,06 milhões de toneladas.
Contrariando as expectativas de alguns, mas confirmando as de outros, o USDA - reforçando seu conservadorismo - não mudou os números das vendas para exportação dos EUA e manteve sua estimativa para a safra velha em 55,79 milhões de toneladas. O esmagamento, porém, foi reduzido de 52,39 para 51,89 milhões de toneladas.
Para a nova temporada, o esperado é que os EUA exporte 58,51 milhões e esmague 53,07 milhões de toneladas.
A produção norte-americana 2017/18 segue estimada em 115,8 milhões de toneladas, volume que fica na máxima das expectativas do mercado. A produtividade foi mantida também em 54,42 sacas por hectare.
Soja Mundo
A produção brasileira foi revisada para cima e é estimada agora, na safra atual, em 114 milhões de toneladas - acima das expectativas do mercado, contra pouco mais de 111 milhões do mês anterior. Os estoques finais nacionais subiram para 25 milhões e as exportações para 62,4 milhões de toneladas.
A safra da Argentina também subiu e ficou em 57,8 milhões de toneladas, os estoques em 32,75 milhões, enquanto as exportações foram corrigidas para menos e foram projetadas em 8,5 milhões de toneladas.
Assim, a produção mundial foi elevada de 348,04 milhões para 351,31 milhões de toneladas na safra velha, com os estoques passando de 90,14 milhões para 93,21 milhões de toneladas. As importações chinesas ainda são estimadas pelo USDA em 89 milhões de toneladas.
Para a temporada 2017/18, poucas mudanças. A safra mundial segue projetada em 344,68 milhões de toneladas, a do Brasil em 107 milhões e da Argentina em 57 milhões. A mudança veio no aumento dos estoques argentinos - para 32,45 milhões de toneladas - e na redução das exportações para 8,5 milhões de toneladas.
Milho EUA
Os estoques finais de milho dos EUA - das safras 2016/17 e 2017/18 - não sofreram alterações e permaneceram em, respectivamente, 58,3 milhões e 53,6 milhões de toneladas. Nesse caso, os da safra velha ficaram dentro das expectativas do mercado, enquanto os da nova superaram o intervalo esperado.
O USDA estimou ainda a produção 2017/18 em 357,27 milhões de toneladas, o mesmo número do reporte anterior, mas acima da média esperada pelo mercado de 356,18 milhões, dentro de um intervalo de 351,94 milhões e 357,27 milhões de toneladas. A produtividade ficou inalterada nas 180,67 sacas por hectare.
O uso do cereal para a produção de etanol ficou em 138,44 milhões de toneladas para a safra velha e em 139,71 milhões para a safra nova, também sem alteraçõem em relação ao boletim do mês passado.
E o mesmo acontecendo com as exportações norte-americanas, ainda estimadas em 56,52 milhões e 47,63 milhões de toneladas.
Milho Mundo
No quadro mundial, foi registrado um aumento da produção para 1.067,21 bilhão de toneladas de milho, e os estoques finais subiram, portanto, para 224,59 milhões de toneladas. Em maio, os números vieram em 1.065,11 bilhão e 223,9 milhões de toneladas, respectivamente.
A produção brasileira 2016/17 foi revisada para 97 milhões de toneladas, contra os 96 milhões de maio. Os estoques finais do Brasil também subiram e ficaram em 9,77 milhões, mas as exportações permaneceram inalteradas em 34 milhões de toneladas. Para a safra da argentina, a única mudança foi uma leve alta nos estoques para 2,87 milhões de toneladas.
No cenário da temporada 2017/18, o destaque ficou por conta da redução dos estoques finais mundiais de milho, revisados para baixo e ficando em 194,33 milhões de toneladas, mesmo com um aumento da safra mundial para 1.033,86 bilhão de toneladas.
2 comentários
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DALMO HENRIQUE FRANCO SILVA Dourados - MS
Confesso que sou ignorante em matéria de mercado agrícola, mas viro um mico de circo se não houver uma grande manipulação de dados por parte não só do USDA como também aqui no Brasil.
Sugiro que o setor crie um orgão que faça análises mais realistas das nossas realidades, só assim vamos ter mais segurança na reação dos mercados. Com a palavra nossos analistas......Podia ser criado um "Centro de Inteligência da Soja", como já existe no Café, embora de forma um pouco tímida. Até tentaram cria um Centro de Inteligência da Soja, em Minas Gerais, mas a idéia aparentemente não foi pra frente.
Henrique Crema Sacramento - MG
O Usda com seus relatórios para agricultores americanos , vão arruinar os produtores brasileiros !
Na janela de venda da Safra sul americana eles são "conservadores " em seus relatórios para manter os Precos tão baixos da soja , na janela de venda dos americanos eles mudam sua postura e são sempre amigáveis a notícias que aumentam os preços ! A nossa Conab pelo contrário só atrapalha os produtores querendo divulgar safras recordes em cima de recordes ...