Safra de trigo da Europa deve ter rendimentos mistos após clima extremo

Publicado em 07/07/2022 08:57

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Por Gus Trompiz

PARIS (Reuters) – A União Europeia está caminhando para uma safra menor de trigo neste ano, à medida que a seca e o calor extremo encolhem os rendimentos em algumas regiões, compensando as perspectivas mais favoráveis em outros locais após chuvas oportunas, mostrou uma pesquisa da Reuters.

A safra da UE tem sido observada de perto, já que a guerra interrompeu as exportações da Ucrânia, tornando o bloco de 27 países uma fonte crucial de suprimento de curto prazo para os importadores.

Com a colheita em andamento, a UE deverá produzir 125,7 milhões de toneladas de trigo mole em 2022, uma queda de 3,4% em relação à safra do ano passado, segundo a média de 13 previsões coletadas na pesquisa.

O volume total da UE, um dos maiores produtores e exportadores de trigo do mundo, se mostra mais difícil de calcular este ano, já que o clima tórrido tem impacto diferente sobre as regiões produtoras.

“Parece se tornar uma verdadeira mistura com variações substanciais entre as regiões”, disse um trader europeu.

As condições na França, o maior produtor da UE, ilustram esse quadro misto.

Após relatos iniciais de rendimentos 20-30% abaixo da média no sul, espera-se que os volumes franceses aumentem acentuadamente no norte, onde os solos profundos e as chuvas do final da primavera moderam a seca.

A situação parece pior na Espanha e na Itália.

A seca severa e os períodos de calor prolongados secaram os cinturões, com a Itália declarando estado de emergência ao longo do rio Pó, que sustenta cerca de um terço de sua produção agrícola.

Uma mudança para o leste nas altas temperaturas desde o mês passado também aumentou a preocupação com o estresse nas colheitas em países como a Hungria.

Mas a Romênia e a Bulgária ainda devem observar grandes colheitas, embora abaixo dos níveis recordes do ano passado. 

Chuvas benéficas podem ajudar safras mais ao norte, com alguns traders e analistas revisando as estimativas para Alemanha, Polônia e o Reino Unido, ex-membro da UE.

(Por Gus Trompiz em Paris, Michael Hogan em Hamburgo, Nigel Hunt e Maytaal Angel em Londres)

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Fonte:
Reuters

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