Abitrigo solicita ao MAPA revisão das prioridades dos projetos da Embrapa para expansão do trigo no Cerrado
Ao longo do ano de 2020, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) empenhou-se em contribuir com a Embrapa para a elaboração de uma proposta para expansão do trigo para a região do Cerrado brasileiro. A Associação foi informada de que o MAPA apoiava e sinalizava dar prioridade ao projeto. Mas, recentemente, chegou ao conhecimento da Abitrigo, com surpresa, que o MAPA não priorizou o projeto e ele não foi aprovado.
Como uma entidade das mais conceituadas em nível mundial, a Embrapa domina os caminhos da expansão agrícola e sua atividade tem respaldado de forma inequívoca o sucesso da agricultura nacional. Este projeto para o trigo, apesar de extremamente detalhado, representou um custo irrisório dentro do orçamento da União.
A entidade lamenta a decisão do Ministério, sem conseguir entender a razão do “mais importante componente da alimentação dos brasileiros” não tomar a vanguarda dos projetos de expansão da política agrícola nacional.
“Encaminhamos na semana passada um ofício ao MAPA solicitando, em nome do interesse nacional, a revisão das prioridades dos projetos, recentemente apresentados pela Embrapa. Solicitamos que esse assunto volte a ser prioridade, visando a expansão do trigo no Cerrado brasileiro, uma ação que, aos olhos da Abitrigo, é imprescindível para reduzir a vulnerabilidade nacional, referente à dependência do País do trigo internacional para abastecer o mercado interno”, destaca o presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa.
Dependência internacional
O trigo é uma das vulnerabilidades do Brasil, acentuada pela pandemia, como foi possível notar ao longo dos acontecimentos de 2020. A Abitrigo entende que o País não pode continuar a depender de importações para atender a quase 60% de seu consumo interno. Isso representa uma falha grande na segurança alimentar para a sociedade nacional.
O trigo é o principal cereal da humanidade, chegando a responder nos países de maior consumo por 40% da necessidade alimentar das populações. Este precedente faz com que o grão seja considerado o principal elemento da política agrícola de muitos países, como a Rússia, que por meio de políticas governamentais, numa decisão histórica de garantir a segurança alimentar de sua população, tornou o país, que em 1992 era dependente de importações, autossuficiente, sendo hoje o maior exportador do cereal do mundo.
O Brasil, mesmo sendo um grande produtor agrícola mundial, tem o trigo como o único grão importado. Apesar de possuir grande diversidade alimentar, o País ainda tem no trigo sua principal fonte energética, respondendo por 18% das necessidades da população brasileira, superando o arroz e o feijão.
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