Preço mensal do trigo cai acima de 10% em algumas regiões (BBM)
Nos últimos 30 dias, o preço do trigo tem registrado quedas significativas em praticamente todas as regiões produtoras do país. No Noroeste do Rio Grande do Sul, as desvalorizações variam entre 10,98% (Cruz Alta, Lagoa Vermelha e Júlio de Castilhos), chegando até 13,41% (Giruá). Os números fazem parte das Cotações Agrícolas da Bolsa Brasileira de Mercadorias, baseados em informações repassadas pelos próprios corretores associados e se referem ao mercado físico.
Já no estado do Paraná, maior produtor nacional do cereal, as quedas mensais variam entre 2,86% (Maringá), e 4% (Cascavel e Ponta Grossa), com a tonelada negociada por R$ 840,00 nestas duas últimas regiões. O estado paranaense é responsável por produzir mais de 60% do trigo brasileiro. Outra praça pesquisada pela Bolsa Brasileira de Mercadorias é Santa Catarina, que registra queda acumulada de 3,68% nos últimos 30 dias (referência em Campos Novos). As desvalorizações chegaram a ser maior no início da semana.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo futuro fechou o mês de setembro com preços acentuadamente mais altos. De acordo com consultorias, os negócios foram impulsionados pelo reajuste na projeção para a safra norte-americana de trigo abaixo do esperado.
No Brasil, as atenções neste momento estão voltadas para o início dos trabalhos de colheita e para os acordos comerciais. O corretor gaúcho Marcos Sebastião, da Cereais Pampeiro, corretora associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias, conversou esta semana com representantes dos moinhos de trigo do Rio Grande do Sul. “O mercado de trigo do Rio Grande do Sul segue em compasso de espera da colheita, que começa na próxima semana, e com expectativa de boa produtividade e qualidade do grão, mas o preço tem gerado uma preocupação por parte dos produtores”, explicou.
Em cumprimento a um antigo acordo, o Brasil deverá permitir a entrada 750 mil toneladas/ano de trigo importado de fora do Mercosul isento de impostos, a chamada Tarifa Externa Comum (TEC), que prevê um imposto de 10% sobre o produto estrangeiro. “Isto não é novidade, nós apenas não estávamos cumprindo com a nossa parte nos acordos e ainda fizemos PEP e PEPRO”, declarou o corretor. A regulamentação da norma deve começar a valer a partir de janeiro. Dentro do Mercosul, as compras externas feitas pelo Brasil já são isentas de taxação.
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