Uisa reúne fornecedores de cana-de-açúcar e premia práticas sustentáveis
A biorrefinaria Uisa reuniu fornecedores de cana-de-açúcar em Nova Olímpia (MT), cidade-sede da companhia, para divulgar os resultados das auditorias da safra 2023/24 do Programa Nossa Cana, implementado em 2021. Ao estabelecer critérios ambientais, sociais e de governança, a iniciativa reforça a adoção de boas práticas na cadeia produtiva, com objetivo de acelerar o desenvolvimento sustentável na rede de fornecimento de cana-de-açúcar, a principal matéria-prima na produção de etanol, açúcar, biomassa e outros derivados de fontes renováveis.
Entre outros pontos, o Programa Nossa Cana oferece apoio aos fornecedores na rotina de boas práticas agronômicas, novas tecnologias e inovações do setor, além de auxiliar na gestão de requisitos legais, estimular a produção sustentável e orientar a respeito das certificações RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis) e Bonsucro.
Por meio desta ação, a Uisa tem atuado junto aos fornecedores no alinhamento de metas socioambientais para gradativo aumento no pagamento da matéria-prima adquirida e no desenvolvimento de ações que contribuam com as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e matriz energética do país. A partir desta edição, os participantes podem receber ativos financeiros do Programa RenovaBio como incentivo às boas práticas.
José Fernando Mazuca Filho, CEO da Uisa, explicou o modelo adotado para incentivar o cumprimento dos requisitos do RenovaBio. “Os fornecedores serão recompensados financeiramente, conforme avanços em relação à nota de eficiência energética ambiental da certificação. O recebimento é realizado via créditos de descarbonização (CBIOS), de acordo com a nota recebida durante as auditorias e outros critérios. Temos potencial para melhorar a nota de eficiência energética. Nossa meta é expandir as certificações do RenovaBio e Bonsucro para 100% dos fornecedores de cana-de-açúcar. E esse objetivo vem sendo trabalhado através do Programa Nossa Cana”, informou Mazuca.
Na prática, os fornecedores são compensados financeiramente com base na entrega de cana-de-açúcar elegível e resultados alcançados nas auditorias do Programa Nossa Cana. Essa pontuação permite que a Uisa e a Associação dos Fornecedores de Cana do Vale do Rio Paraguai (Assovale) estabeleçam um ranking e acompanhem a evolução da melhoria contínua dos fornecedores de cana. Durante as auditorias, são avaliados alguns critérios, como controle de aspectos agronômicos, efluentes, produtos químicos e resíduos, cumprimento de legislação trabalhista, preservação da biodiversidade, agricultura regenerativa, entre outros requisitos em sinergia com o Programa RenovaBio, certificação Bonsucro e padrões de boas práticas ambientais, sociais e econômicas adotados pela Uisa. “Esse trabalho impulsiona a excelência da cadeia de fornecedores, contribui com o meio ambiente e a condição de vida das pessoas”, relatou o gerente de Sustentabilidade da Uisa, Caetano Grossi.
Aprimoramento de boas práticas
Após conquistar a segunda colocação nesta edição do ranking de fornecedores do Programa Nossa Cana, a produtora rural Natália Cunha Rodrigues Nodari destacou as principais mudanças no processo. “Algumas coisas já eram feitas, mas eu falo que a intensidade mudou. A questão organizacional, o respeito para com os funcionários , a entrega períodica de EPI (Equipamento de Proteção Individual), capacitação. Não tem como a gente, o produtor rural, não cuidar. A gente precisa de água, precisa de terra, se a gente não cuidar do solo a planta não vai nascer. E a questão dos resíduos reciclados, dos orgânicos, tudo é muito bem pensado dentro dessa propriedade”, contou a fornecedora.
Na última safra, a Assovale foi responsável pelo fornecimento de mais de dois milhões de toneladas de cana-de-açúcar (38% do montante moído pela Uisa). Deste total, aproximadamente 1,5 milhão de tonelada vem de fornecedores que aderiram de forma voluntária ao programa. “A Assovale foi constituída em 2002 para representar os fornecedores de cana da usina. Hoje, temos expectativas de crescimento da usina. A Uisa tem pedido para que a gente plante mais cana, e isso acaba girando a economia na região, gerando emprego, renda e contribuindo com o aspecto social. Vamos atender ao chamamento da Uisa para fortalecer as práticas sustentáveis”, afirmou o presidente da Assovale, Normando Corral.
De acordo com o diretor Agroindustrial da Uisa, Jari de Souza, a companhia vem adotando algumas estratégias para sustentar seu crescimento, como os investimentos na expansão e aumento de produtividade dos seus canaviais, ampliação da capacidade de processamento e eficiência industrial para aumentar a moagem já a partir da safra 2025/26, uma planta de biogás, entre outros projetos em fase adiantada de engenharia. “Destaco o fortalecimento da parceria com os fornecedores de cana como muito importante para o nosso planejamento integrado com objetivo de assegurar a médio e longo prazo, um volume de cana contratado que também converse com os pilares de sustentabilidade ambiental, social e econômico da companhia, e nossos fornecedores terem a garantia de que sua produção terá espaço na industrialização no momento que a planta estiver em sua capacidade nominal, o que conforme nosso crescimento vem ocorrendo, está próximo. Portanto, fortalecer o planejamento, a difusão de novas tecnologias e o compartilhamento de benefícios são ações concretas e objetivas para tonar esta parceria mais forte”, analisou.
Em mensagem exibida durante o evento, a diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, destacou a importância do programa desenvolvido pela Uisa em parceria com a Assovale no âmbito do RenovaBio. “Por meio de auditorias junto aos fornecedores, irá buscar o aprimoramento das boas práticas ambientais, aumentando a nota de eficiência energética ambiental, na fase da produção da matéria-prima advinda desses fornecedores e contribuindo com os objetivos do RenovaBio. Trata-se, portanto, de um círculo virtuoso, que se reflete em melhorias de condições de trabalho, no aumento do rendimento agrícola e na eficiência da produção de combustíveis de um modo geral. Isso reflete na redução das emissões de gases causadores do efeito estufa”, pontuou.
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