Petróleo despenca mais de 10% e pesa sobre açúcar nas bolsas de NY e Londres nesta 6ª
As cotações futuras do açúcar caíram quase 3% na Bolsa de Nova York e cerca de 2% em Londres nesta sexta-feira (26). O dia foi de aversão ao risco nos mercados globais acompanhando o petróleo em meio temores de nova variante da Covid-19.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 2,91%, cotado a US$ 19,35 c/lb, com máxima de 19,73 c/lb e mínima de 19,15 c/lb. Em Londres, o tipo branco teve desvalorização de 1,92%, negociado a US$ 501,40 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento em Nova York recuou 1,82%.
Nesta sexta, os preços do petróleo nas bolsas internacionais chegaram a cair mais de 10%, com mínimas de dois meses sendo testadas, em meio temores com a demanda diante da nova variante da Covid-19 detectada na África do Sul.
De acordo com a agência de notícias Reuters, a nova variante poderia restringir as viagens e reduzir o crescimento econômico e a demanda por combustível, o que afetaria diretamente a decisão das usinas sobre o mix.
"O mercado reage com muita força em situações como essa, o pânico se instaurou e a gente viu o mercado de energia caindo muito mais de 10%", destacou em entrevista ao Notícias Agrícolas Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting.
As oscilações do óleo, no mercado de energia, também impactam no adoçante por conta da decisão das usinas entre produzir o etanol ou açúcar, reduzindo ou elevando a oferta na safra.
Além das softs commodities, a soja e o milho recuavam mais de 1,5%, o óleo de soja perdia mais de 2% e o farelo quase 1,5%.
Fundamentalmente, por outro lado, o mercado do adoçante ainda olhava nesta reta final de semana para as preocupações com a nova safra brasileira e os baixos resultados da temporada atual. Além disso, há atenção para as safras asiáticas.
"A probabilidade crescente do La Niña (fenômeno climático) pesa sobre a produção do próximo ano (do Brasil). As exportações (da Índia) devem permanecer lentas (em comparação com os anos anteriores, quando o subsídio à exportação ainda existia", disse o Citi.
O banco revisou o preço médio do açúcar para 2022 de US$ 19,5 para 20,3 c/lb, citando o aperto persistente do mercado ao longo da safra de 2022/23.
No financeiro, o mercado ainda acompanhava a valorização do dólar sobre o real, o que tende a encorajar as exportações das commodities, mas em compensação pesa sobre os preços.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar voltaram a subir no Brasil, após quedas pontuais. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 0,23%, negociado a R$ 153,83 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 152,09 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,75 c/lb - estável.
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