Moagem de cana atinge 43,13 milhões de toneladas e produção de anidro segue trajetória ascendente
A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul alcançou 43,13 milhões de toneladas na 2ª metade de agosto, com avanço de 2,08% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2020/2021 – 42,25 milhões de toneladas. O estado de São Paulo registrou uma moagem de 25,16 milhões de toneladas (-0,75%) e nos demais estados da região centro-sul a quantidade processada alcançou 17,97 milhões de toneladas (+6,31%).
Desde o início do ciclo 2021/2022 até a segunda metade de agosto, a moagem acumula queda de 5,81%. Nesse período, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas atingiu 392,59 milhões de toneladas, ante 416,82 milhões de toneladas mesmo período do último ciclo agrícola.
Em relação ao número de usinas em operação, 257 empresas registraram produção até dia 01 de setembro, contra 262 unidades industriais em igual data do último ano. Nesta quinzena uma unidade produtora já encerrou a safra.
Produtividade agrícola e qualidade da matéria-prima
Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para o mês de agosto, considerando uma amostra comum de 120 unidades, registraram produtividade de 65,3 toneladas por hectare colhido no mês ante 79,7 toneladas observadas no mesmo período na safra 2020/2021 – queda de 18,1%. No acumulado desde o início da safra a queda atinge 14,3%, com 85,0 t/há no ciclo passado e 72,9 t/ha na safra atual.
Estima-se que a área colhida até o final de agosto atingiu 5,39 milhões de hectares, registrando incremento de 9,9% em relação a área colhida até agosto de 2020. A área colhida até o momento deve representar cerca de 71% do total disponível para colheita na safra 2021/2022.
O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que “a baixa produtividade e as geadas contribuíram para a aceleração da colheita, que se encontra em estágio bastante avançado em relação ao último ciclo agrícola”. O executivo complementa dizendo que “como resultado devemos observar uma safra mais curta, com uma parcela maior de empresas encerrando o processamento industrial antes do final de outubro. A expectativa quanto ao tamanho da safra permanece sendo de 530 milhões de toneladas de cana, com viés de baixa, resultado de uma pesquisa realizada junto aos produtores da região Centro-Sul”.
A qualidade da matéria-prima na 2ª quinzena de agosto, mensurada a partir da concentração de açúcares totais recuperáveis por tonelada de cana-de-açúcar, registrou 154,85 kg de ATR por tonelada, com retração de 0,71% em relação aos 155,95 observados no ciclo passado. No acumulado desde o início da safra até 01 de setembro, o indicador de concentração de açúcares assinala 140,26 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, um aumento de 0,65% em relação ao valor observado o ciclo 2020/2021.
Produção de açúcar e de etanol
Na segunda metade de agosto, 46,43% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 46,73% registrados na mesma data de 2020. A produção do adoçante avançou em 0,69% na última quinzena e atingiu 2,95 milhões de toneladas fabricadas, ante 2,93 milhões de toneladas verificadas em igual período do ano anterior.
O volume fabricado de etanol alcançou 2,23 bilhões de litros na segunda quinzena de agosto. O etanol anidro segue em trajetória ascendente, com um aumento substancial de 42,34% na produção, atingindo 941 milhões de litros nesse ano ante 661 milhões de litros fabricados no mesmo período de 2020. O rendimento industrial do produto na quinzena alcançou o patamar de 21 litros de combustível por tonelada, valor bastante elevado para o atual estágio da safra. A produção de etanol hidratado registrou 1,29 bilhão de litros (-15%). Do total produzido de biocombustível, 135,65 milhões de litros foram fabricados a partir do milho.
No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 01 de setembro, a produção de açúcar alcançou 24,28 milhões de toneladas, contra 25,99 milhões de toneladas verificadas na mesma data do ciclo 2020/2021. A fabricação acumulada de etanol, por sua vez, totalizou 18,65 bilhões de litros, sendo 7,15 bilhões de litros de etanol anidro e 11,49 bilhões de litros de etanol hidratado. Do total fabricado, 1,29 bilhão de litros do biocombustível foram produzidos a partir do milho.
Vendas de etanol
No mês de agosto, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram um total de 2,45 bilhões de litros de etanol, registrando retração de 9,8% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021. Do total comercializado em agosto, 134,28 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 2,32 bilhões de litros vendidos domesticamente.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 1,43 bilhão de litros em agosto, com redução de 11,7% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (1,62 bilhão de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou aumento de 11,4%, com 887,10 milhões de litros vendidos em 2021 contra 796,06 milhões de litros em 2020.
O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que “no mês de agosto a queda no consumo para fins carburantes foi 14,7% reflexo da perda de competitividade do etanol hidratado frente a gasolina e do mercado se adequando às condições atuais de oferta e demanda dos produtos”.
No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 01 de setembro, o volume de etanol comercializado pelas empresas do Centro-Sul acumula crescimento de 3,1%, somando 12,22 bilhões de litros. Desse total, 731,39 milhões de litros foram destinados à exportação (queda de 33,6%) e 11,49 bilhões ao mercado interno (aumento de 6,8%). Do total comercializado domesticamente, o etanol anidro representa 4,19 bilhões de litros (aumento de 26,1%) e o etanol hidratado corresponde a 7,30 bilhões de litros (queda de 1,8%).
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