Petróleo recua com intervenção da China e pesa sobre açúcar em NY e Londres
Os futuros do açúcar recuaram fortemente nesta quinta-feira (09) nas bolsas de Nova York e Londres acompanhando uma desvalorização acentuada do petróleo. A China, pela primeira vez, liberou uso de sua reserva estratégica do óleo.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,28%, cotado a US$ 19,24 c/lb, com máxima de 19,55 c/lb e mínima de 19,10 c/lb. Em Londres, o tipo branco fechou com queda de 1,11%, negociado a US$ 497,20 a tonelada.
Depois de algumas curtas oscilações ao longo do dia, positivamente, acompanhando os temores com oferta global, mas com peso da demanda e um movimento de realização de lucros, as novidades do petróleo ditaram com mais força o adoçante.
"O mercado de petróleo está em déficit, mas essa história da China pode mudar esse cenário pelo resto do ano", disse Edward Moya, analista de mercado sênior da OANDA.
De acordo com informações da agência de notícias Bloomberg, a intervenção sem precedentes da China no mercado mundial de petróleo, com a venda de reservas estratégicas pela primeira vez, tem o objetivo explícito de baixar os preços.
A commodity mais baixa no mercado internacional tende a impactar sobre o açúcar porque faz com que as usinas, com o óleo mais barato, reduzam a produção do substitutivo da gasolina, o etanol, elevando a oferta do adoçante.
Nos fundamentos, o mercado também monitora algum otimismo para a safra 2022/23 do Brasil, caso chuvas sejam confirmadas nas próximas semanas. Além disso, há muita atenção para a demanda global pelo adoçante.
"Apesar das preocupações de que a produção do maior produtor, o Brasil, possa despencar em mais de 6 milhões de toneladas em relação à temporada passada, a demanda está caindo drasticamente, já que o aumento das taxas de frete leva os compradores a consumir seus estoques", disse a Reuters.
As informações da Índia, segundo maior produtor do mundo, também contribuíram para o peso nas cotações do açúcar. Segundo o órgão da indústria ISMA, a safra 2021/22 do país deve ter um salto nas exportações para 6 milhões de t.
Como fator de suporte aos preços, nesta tarde, o dólar tinha queda moderada sobre o real, fator que desencoraja as exportações das commodities.
MERCADO INTERNO
O índice do açúcar no mercado brasileiro segue subindo. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,27%, a R$ 139,97 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 134,93 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado a US$ 19,68 c/lb e alta de 0,05%.
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