Mais que uma produção melhor, safra de cana em PE e AL vem com ATR mais alto
Os dois maiores produtores de cana do Nordeste estão entrando na safra 18/19 com melhores projeções que nos ciclos anteriores, afetados pela seca. As chuvas foram bem distribuídas de janeiro a início de junho, estabelecendo novos patamares de produção. E com a seca dos últimos dois meses, a boa notícia é que o teor de sacarose puxou o ATR, estabelecendo novos patamares de qualidade.
Pernambuco, com a moagem iniciada há uma semana em algumas unidades, espera 12,5 milhões de toneladas de cana, contra 11 milhões do ciclo passado, informou Alexandre Lima, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP) e também da cooperativa que toca a Usina Coaf/Cruangi. Alagoas deve ir para 15 mi/t, acrescentando mais 2 mi/t sobre a safra 17/18, disse Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar AL.
E como no Centro-Sul, onde a colheita e processamento está no pico, a safra nordestina será proporcionalmente mais alcooleira, seguindo a tendência pela demanda casada com as altas da gasolina, o que confere mais competitividade ao hidratado, e por conta das péssimas condições de preços do açúcar, que vai assegurar a próxima temporada também como ruim pelo superávit asiático. Por sinal, fechou esta sexta (17) em Nova York (ICE) em queda mais uma vez, 12 pontos no outubro, a 10.18 c/lp.
A Coaf/Cruangi, em Timabaúba, na Zona da Mata Norte pernambucana vai para sua 4ª safra prevendo 650 mil toneladas de cana, só com etanol. Alexandre Lima, presidente, está contando com ATR de 120 kg, sendo que nunca se começou uma safra com essa qualidade. As chuvas vieram bem espalhadas no momento certo e cessaram também no período de maior fixação do açúcar nas plantas. Mais de 7 mil empregos estão sendo gerados.
Em 17/18, a usina dos cooperados da AFCP faturou R$ 95 milhões e neste ciclo certamente será maior, com montante ainda por depender do andamento das cotações do etanol.
No estado todo, o Sindaçúcar PE fala em 13 usinas moendo cana, distribuídas nas duas Zonas da Mata, Norte e Sul. No geral, vai sair mais açúcar, de 756 mil para 851 mil toneladas, sendo que o etanol deverá ir de 324 milhões para 410 milhões de litros.
Alagoas historicamente sempre beirou as 25 mi/t, mas há várias temporadas não sabe o que atingir esse número com o regime pluviométrico muito penalizador. Nesta safra que está começando, as 19 unidades produtivas vão subir um pouco mais, para 15 mi/t, o que já é motivo para comemoração, segundo o presidente do Sindaçúcar AL.
Mais três ou quatro ciclos, com bons resultados hídricos, é o que se espera para o maior produtor nordestino alcançar o patamar perdido.
Geral
O Nordeste todo e o pouco de cana que sai do Norte contam com 47 mi/t numa temporada que deverá ir até fevereiro/março. Em 17/18, o total alcançado foi de 44,8 mi/t.
O açúcar cairá de 2,55 mi/t para 2,46 mi/t e o etanol subirá exponencialmente, de 1.775.719 M3 para 2.008.000.
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