Gatilho para taxar etanol importado gera impasse antes de reunião da Camex, diz fonte
SÃO PAULO (Reuters) - O volume de etanol importado que estará sujeito a uma taxa de 20 por cento ainda é motivo de divergências antes de reunião da Secretaria-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que deliberará sobre o assunto na quarta-feira, disse uma fonte do setor com conhecimento da situação.
Enquanto o Ministério da Agricultura, mais ligado à cadeia produtiva, defende que as importações sejam taxadas a partir de 600 milhões de litros em um ano, a Fazenda sugere que o gatilho para a tarifa seja 915 milhões de litros.
"Acho que deve ser aprovado algo entre 600 milhões e 915 milhões de litros. Me parece que o impasse está basicamente na quantidade, mas nunca se sabe o que pode vir", resumiu a fonte, na condição de anonimato.
A taxação de compras externas de etanol passou a ser defendida pelo setor sucroenergético brasileiro no primeiro semestre, após importações 330 por cento maiores na comparação anual, as quais acabaram por derrubar os preços internos do produto.
Depois de idas e vindas, incluindo uma reunião da Camex em julho que terminou sem definição alguma, chegou-se à proposta de liberar a importação de um determinado volume, taxando-se as quantidades excedentes de etanol em 20 por cento.
Anteriormente, o pleito era por uma taxa de 17 por cento sobre qualquer volume importado, o que levantou temores sobre eventuais retaliações dos Estados Unidos, os principais exportadores do produto ao Brasil.
Atualmente, não há incidência de qualquer tarifa sobre a importação do biocombustível.
(Por José Roberto Gomes)
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