Safra 2017/18 começa com queda na moagem de cana e produção de açúcar no centro-sul
SÃO PAULO (Reuters) - A primeira quinzena oficial de moagem da nova safra de cana 2017/18 do centro-sul do Brasil teve um ritmo mais lento que o início da temporada passada, informou nesta quinta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que já sinalizou que nesta temporada há menos cana bisada, remanescente de safra anterior, disponível para processamento.
A moagem do centro-sul atingiu 17,66 milhões de toneladas na primeira metade de abril, ante 32,94 milhões de toneladas um ano antes.
Analistas e a própria Unica já afirmaram que há uma menor oferta de cana bisada na atual temporada 2017/18.
Enquanto problemas climáticos levaram um volume significativo de cana da safra 2015/16 a ser colhida no início de 2016/17, tal situação não se repete na atual temporada.
Em projeção de safra divulgada na véspera, a Unica disse que 8 por cento da área colhida em 2016/17 foi de cana bisada, enquanto o volume em 2017/18 não passará de 1 por cento.
Ao final da primeira metade de abril de 2017, 159 unidades produtoras estavam em operação, contra 215 no mesmo período do ano anterior, disse a Unica.
Na próxima quinzena, 72 unidades devem iniciar a safra, enquanto outras 26 devem iniciar ao longo da primeira quinzena de maio. A Unica projeta que um total de 275 usinas estarão ativas ao longo de 2017/18 no centro-sul.
AÇÚCAR E ETANOL
A produção de açúcar seguiu tendência semelhante à da cana, com um total de 704 mil toneladas na primeira quinzena deste mês, ante 1,44 milhão de toneladas no mesmo período de 2016.
A Unica destacou que a queda na produção quinzenal de açúcar decorreu, além da menor moagem, de uma retração no mix de cana destinada à produção do adoçante.
Enquanto o percentual de matéria-prima transformada em açúcar foi de 41,03 por cento nos primeiros 15 dias de abril de 2016, esse índice caiu para 39,25 por cento na primeira metade deste mês.
A produção total de etanol caiu para 687 milhões de litros na quinzena, recuo de 46,5 por cento ante o mesmo período de 2016.
(Por Gustavo Bonato; Edição de Luciano Costa)
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