Em visita ao interior de Mato Grosso, um grupo de 21 americanos conhece modelos diferentes de produção e qualidade do grão de soja em Lucas do Rio Verde
O grupo de 21 americanos vindos da cidade de Illinois, interior dos Estados Unidos, chegaram à Lucas do Rio Verde, à 360 Km de Cuiabá, nesta sexta-feira, 29.
Recepcionados por autoridades locais e por representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), o empresários vieram conhecer e comparar os pontos comuns aos dois países - tanto positivos quanto negativos - na produção da oleaginosa.
"A intenção é trabalhar junto com a Aprosoja e assim buscar soluções para os problemas existentes nos dois países ", diagnosticou um dos integrantes da comitiva.
O diretor da associação dos produtores de soja de Illinois “Soyben Association”, Ron Moore, disse que existem vários programas que podem aproximar o Brasil e os Estados Unidos no aspecto produtivo. Ron cita como exemplo, um programa de intercâmbio no qual cinco membros da comitiva estão inseridos. "São jovens agricultores que no futuro vão fazer parte da associação dos produtores de soja de Illinois", exemplificou ele, um dos feitos deste intercâmbio para os jovens da américa do norte.
O diretor da Soyben considera que esse modelo de programa pode ser uma boa iniciativa para que jovens agricultores brasileiros conheçam os modelos de produção americano.
A visita ao Brasil iniciou no último domingo, 24. No país os estrangeiros já conheceram a Escola Superior de Agricultura, em Piracicaba (SP), onde os 21 americanos puderam ter uma visão física e econômica da agricultura brasileira.
Na seqüência da programação os americanos foram até São Paulo, onde foram recebidos pelos dirigentes da Confederação Nacional da Agricultura.
Integrantes da Embrapa também fizeram parte do percurso, onde elencaram discussões sobre pesquisas interessantes aos dois países, dos quais destacam-se as experiências quanto à tolerância à doenças, qualidade das cultivares, e a resistência à ferrugem da soja e do pano branco, que é um mal comum em todo o continente.
Ron considerou que a Safra passada na região de Illinois foi bastante difícil, já que os produtores daquela localidade tiveram queda na produtivadade de soja. A justificativa, segundo ele, é que o plantio iniciou com duas semanas de atraso, devido à fortes chuvas, diminuindo a média geral na região para cerca de 37 sacas por hectare de área plantada.
Ron Moore conta que em sua propriedade a média mantida foi de 45 sacas de soja por área plantada, o que não é a meta do produtor.
Questionado sobre as diferenças do que está vendo no Brasil e o que a mídia apresenta a respeito do país, o diretor da Soyben disse que, “embora os brasileiros estejam fazendo um trabalho muito bom, que é proteger o meio ambiente, as notícias que chegam nos E.U.A. são outras”, revela Ron.
Ron considera que esse seja um assunto a ser trabalhado com os produtores da região, ou seja, mudar essa imagem que as pessoas tem da soja e da agricultora. “Nós temos que trabalhar juntos para levar a verdadeira mensagem que é de que nós estamos produzindo alimentos para um mundo cada vez mais populoso`, acrescenta ele.
“Dados sobre o clima e como está indo a produção brasileira são informações rotineiras nos Estados Unidos. No entanto o que não está chegando é o esforço e o trabalho que esta sendo feito pelos agricultores na proteção do meio ambiente e, este é o ponto que tem que haver uma colaboração entre as duas entidades (Aprosoja e Soyben) para fazer chegar essa mensagem ao mundo”, traduziu o professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Cláudio Puríssimo, que acompanhou a comitiva.
Estiveram presentes no aeroporto Bom Futuro, o vice-prefeito, Josi Piccini; o secretário de desenvolvimento econômico, vereadores e pioneiros de Lucas do Rio Verde, além da secretária de Agricultura e meio ambiente, Luciane Copeti, acompanham os visitantes durante todo o dia.
Na programação, Luciane confirmou a visita a duas fazendas, sendo uma a granja de ovos e a outra a uma lavoura de soja, pela manhã. Já na parte da tarde, os agricultores americanos conhecem o Complexo Industrial Senador Atílio Fontana e assistiram à uma palestra.