StoneX cortou a estimativa de produção de soja 23/24 do Rio Grande do Sul em 3 milhões de toneladas
O estado do Rio Grande do Sul sofreu significativamente nos últimos dias com precipitações volumosas e um desastre de proporções econômicas, ambientais e principalmente sociais e humanas.
A contabilização dos impactos ainda está em curso, principalmente pelo fato de regiões permanecerem alagadas e outras em alerta. A equipe da StoneX em Passo Fundo, assim como no restante do Brasil, seguia e segue focada primeiramente em destinar ajuda às regiões atingidas, que é o mais relevante nesse momento.
Antes desse evento climático, o estado seria nesse ciclo 2023/24 o segundo maior produtor de soja do país. Contudo, 30% da safra não havia sido colhida quando as chuvas começaram, implicando em perdas de produtividade.
Analisando região a região, o Norte e o Nordeste do estado concentram aproximadamente 67% da área de soja. Por lá, cerca de 10% das lavouras ainda precisavam ser colhidas quando começaram as chuvas. Já na metade sul, que representa 33% da área de soja, aproximadamente 60% das lavouras ainda não haviam sido colhidas no momento de início do evento climático.
Vale apontar que as cidades mais atingidas por enchentes estão nos vales da serra gaúcha (Nordeste do estado) e na região metropolitana de Porto Alegre, áreas que não são grandes produtoras de soja. Na capital e nos seus arredores, entretanto, existem muitos armazéns devido à forte presença de indústrias.
Assim, após um levantamento inicial quanto aos impactos nas lavouras, a estimativa de produtividade da soja foi reduzida em 13%, o que representa um corte de 3 milhões de toneladas na produção final. Com isso, a safra gaúcha estimada passou de 23,05 para 20,05 milhões de toneladas. O último número nacional da StoneX, de 150,8 milhões de toneladas, passaria para 147,8 milhões de toneladas.
Destaca -se, ainda, que é impossível mesurar o impacto de toda a umidade na qualidade dos grãos, bem como os reflexos em armazéns e na logística interna e de exportação do estado. Ademais, novas revisões não estão descartadas até o final de maio, pois ainda estão previstas chuvas para diversas regiões.
O clima para os próximos dias continua sendo monitorado, com previsões de chuvas significativas para parte do Rio Grande do Sul. Entre hoje e a próxima segunda -feira, estão previstas chuvas volumosas, o que levaria o acumulado de precipitações nos próximos sete dias a ultrapassar 100 mm em algumas localidades, agravando a situação atual.
Em relação à safra de milho, como a colheita está praticamente finalizada, os impactos na produção tendem a ser reduzidos nesse momento. No entanto, os riscos relacionados a grãos em estruturas de armazenamento não podem ser desconsiderados e serão avaliados adiante, assim como os reflexos da situação no consumo do estado.
É preciso destacar que os impactos na atividade agrícola tendem a repercutir em outras áreas, como na criação animal, com o encarecimento, por exemplo, das rações, e também na disponibilidade e preço de alimentos. Já existe a limitação de venda de arroz em várias partes do país, uma vez que o Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional do produto, que é base da dieta do brasileiro.
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