Soja: Demanda nos EUA, altas fortes do farelo e clima adverso no BR ainda dão suporte aos preços na CBOT
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou a venda de 110 mil toneladas de soja para a China nesta terça-feira (7) e o volume é todo da safra 2023/24. Este é o segundo anúncio da semana, já que ontem foram outras 126 mil toneladas, também para a nação asiática. E ainda nesta segunda (6), o reporte diário apontou também vendas de 289,575 mil toneladas de milho 2023/24 para o México.
E estas vendas ajudam na volta da soja ao movimento positivo na Bolsa de Chicago neste pregão. Depois de começar o dia realizando lucros, o mercado voltou a subir, mas ainda timidamente, depois de consecutivas e fortes altas nos últimos dias. Perto das 14h10 (horário de Brasília), o contrato novembro - que sai da tela em mais alguns dias - subia 16 pontos, chegando a US$ 13,56, enquanto o janeiro subia 5 pontos - para US$ 13,69 - e o março, 1,75 ponto para US$ 13,80 por bushel. A exceção era o maio, que perdia 1 ponto, para US$ 13,90.
"A Sinograin está comprando soja nos EUA para embarque fevereiro e março. O programa americano de exportação de soja ainda está bem atrasado, cenário que pode mudar em caso de quebra no Brasil", explica a Agrinvest Commodities.
E este é mais um fator de atenção para o mercado e suporte para os preços, a possibilidade de uma quebra da safra brasileira. As condições de clima permanecem adversas para o desenvolvimento da safra 2023/24, o plantio permanece atrasado e trazendo muitas preocupações aos produtores brasileiros. Para o presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, a safra deste ano deverá ser menor do que a do ano passado em função dos desafios que têm sido impostos pelo clima.
"Pelo que está se espelhando neste início de plantio é um cenário gravíssimo. Nunca vimos isso, nunca aconteceu isso da quantidade de áreas de replantio. Será uma safra abaixo do ano passado com certeza. Com o clima que temos agora e o El Niño consolidado, será uma desastre, na nossa visão, em relação à safra passada".
"Clima quente e seco no Brasil para 10 dias. O padrão vai continuar o mesmo. Produtores no MT já estão falando em segundo replantio e muitos problemas de desenvolvimento, como antecipação do ciclo das plantas devido ao estresse fisiológico", complementa a Agrinvest.
Complementando o quadro de auxílio aos preços há ainda a nova dispara do farelo, que sobe mais de 3% na Bolsa de Chicago nesta tarde. E ainda de acordo com a análise da consultoria, as atenções no caso do derivado estão sobre a oferta restrita, principalmente na Argentina.
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