Safra de soja do Brasil pode ficar abaixo de 150 mi t por La Niña, diz HedgePoint
SÃO PAULO (Reuters) – A produção de soja do Brasil corre o risco de ficar abaixo de 150 milhões de toneladas na safra 2022/23, a depender da intensidade e do período em que o fenômeno climático La Niña deve atingir as lavouras da região Sul, disse nesta quinta-feira a empresa de análises HedgePoint.
Com base em modelos do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF, na sigla em inglês), a HedgePoint informou que o La Niña estará ativo entre os meses de dezembro e janeiro, o que tende a trazer seca para o Sul do país.
Além disso, de acordo com a análise, as chuvas de dezembro têm uma correlação positiva de quase 40% com as produtividades da região Sul.
“O cenário gera cautela com estimativas de produção acima de 150 milhões de toneladas… Ainda estamos definitivamente no caminho para uma safra recorde, por ora, mas talvez não tão alta quanto se pensava a princípio”, disse em nota o analista de Grãos e Proteína Animal da companhia, Pedro Schicchi.
Para as demais regiões do país a expectativa da empresa é positiva em relação ao clima.
A projeções oficiais do governo indicam que a safra de soja do Brasil deverá crescer 21,3% em 2022/23, para um recorde de 152,35 milhões de toneladas, justamente por uma recuperação nas produtividades após a seca no Sul decorrente do último La Niña e aumento da área plantada.
Em relação ao plantio de soja, que está em andamento no país, o analista da HedgePoint alertou para um atraso que pode afetar o cultivo do milho segunda safra, semeado após a colheita da soja nas mesmas áreas.
“Uma frente fria, que deve atingir especialmente o Sul do Brasil na próxima semana, pode levar alguns agricultores a postergar o plantio um pouco mais”, disse ele.
Schicchi destacou ainda que o avanço do plantio de soja 2022/23 está bastante em linha com o histórico a nível nacional, mas há Estados como Paraná e Mato Grosso do Sul – com produção relevante de milho de inverno – que estão atrasados na semeadura da oleaginosa.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)
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