Soja intensifica baixas em Chicago com peso da economia chinesa, dólar e de olho no clima
O mercdo da soja intensifica suas baixas no pregão desta segunda-feira (24) na Bolsa de Chicago. Perto de 11h40 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa recuavam de 18,25 a 19,25 pontos nos principais vencimentos, levando o novembro a US$ 13,77 e o maio a US$ 14,00 por bushel. O grão acompanha as baixas intensas do farelo, que perdem mais de 2% entre os contratos mais negociados, com a primeira posição valendo US$ 409,10 por tonelada curta.
As commodities caem quase que forma generalizada neste início de semana, sentindo o peso das informações que chegaram da China durante o final de semana. Quem lidera as perdas entre as agrícolas é o algodão, com mais de 3% de queda na Bolsa de Nova York.
"O pêndulo da China está pendendo mais para questões internas e covid-zero do que reformas e crescimento. Investidores estão batendo em retirada dos mercados acionários na China e em Hong Kong. O movimento de venda de ações chinesas por estrangeiros foi recorde para um dia e chegou a US$ 20 bilhões", explica a equipe da Agrinvest Commodities.
As preocupações sobre a economia chinesa se agravaram com a saída de Li Keqiang da posição de primeiro ministro, sendo ele um dos últimos que defendiam reformas.
"Todos já sabiam que Li deveria sair, mas ainda havia uma ponta de esperança de que alguém no topo pudesse manter a China na direção das reformas e contra as políticas do zero-covid que Xi Jinping é defensor", epxlica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. "Não deu outra. Bolsas na China caíram muito nessa 2ª-feira. O índice acionário de Hong Kong, mais exposto ao mundo, chegou a cair 7% - menor nível desde 1994", completa.
Assim, o comportamento da demanda chinesa ainda exige bastante atenção.
"A economia da China se recuperou mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre, mas as rigorosas restrições contra a Covid-19, uma crise imobiliária cada vez mais profunda e os riscos de recessão global estão desafiando os esforços de Pequim para promover um vigoroso renascimento ao longo do próximo ano. O PIB chinês cresceu 3,9% no trimestre de julho a setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, mostraram dados oficiais nesta segunda-feira, acima do ritmo de 3,4% previsto em uma pesquisa da Reuters com analistas, e acelerando em relação ao ritmo de 0,4% no segundo trimestre", afirma o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
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Do mesmo modo, ainda seguem no centro dos radares dos traders as informações sobre o clima nos Estados Unidos para a conclusão da colheita, e sobretudo no Brasil, onde o plantio avança bem, apesar de alguns problemas pontuais pelo excesso ou falta de chuvas. A Argentina também é monitorada, onde o cenário climático é ainda mais severo.
"O modelo GFS desta manhã indica para o Brasil clima seco no sudoeste do MT, noroeste do MS, noroeste de MG, norte do MA e do PI. Leves acumulados previstos para o MATOPIBA, MT, MS, GO, sudoeste de MG, SP, PR, SC, RS. Paraguai tem previsões de leves acumulados em todo o país. Para a Argentina clima seco é previsto para o norte e leste de Buenos Aires, oeste de La Pampa, San Luis, grande parte de Córdoba, Santiago del Estero, sul de Santa Fé. Leves acumulados no leste de La Pampa, oeste e sul de Buenos Aires, centro e norte de Santa Fé, Entre Rios", complementa Sousa.
Além destas notícias, a disparada do dólar frente ao real também pesa. A moeda americana sobe 2,7% na tarde desta segunda, chegando a R$ 5,29.
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