Soja fecha a 3ª feira com mais de 20 pts de baixa em Chicago sentindo pressão da Argentina
Os preços da soja fecharam o pregão desta terça-feira (6) em baixa na Bolsa de Chicago, perdendo mais de 20 pontos nos contratos mais negociados. Assim, o novembro voltou a concluir o pregão abaixo dos US$ 14,00, sendo negociado a US$ 13,98 por bushel, enquanto o março foi a US$ 14,06 e o maio a US$ 14,08.
Os traders retomaram os negócios depois do feriado do Dia do Trabalho nos EUA de olho na comercialização argentina da soja depois da instauração do câmbio específico para a oleaginosa. Com este segundo dia do 'dólar soja', as vendas do grão no país alcançaram seu maior volume em mais de cinco anos e a chegada dessa nova oferta ao mercado ajuda a pressionar as cotações.
Afinal, o diretor executivo da Globaltecnos S.A., Sebastian Gavalda, direto da Argentina, em entrevista ao Notícias Agrícolas, afirmou acreditar que até 30 de setembro - data de término de vigência do 'dólar soja'- as vendas deverão continuar acontecendo, com os produtores locais aproveitando a oportunidade para, enfim, avançar com sua comercialização.
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Assim, não cederam só os futuros da soja em grão, como também do farelo e do óleo na CBOT nesta terça. A Argentina é a maior exportadora mundial de ambos os derivados e movimentações tão fortes como as desta semana mexeram com todo o complexo.
Além das questões argentinas, o mercado da soja também mantém o foco sobre as condições de clima nos EUA para a conclusão da safra 2022/23 e se prepara para receber os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim mensal de oferta e demanda no próximo dia 12. As expectativas sinalizam um aumento de produtividade e produção para a soja norte-americana, bem como de redução para o milho.
Do mesmo modo, os traders vão também dando espaço, aos poucos, ao clima na América do Sul, em especial do Brasil, com o plantio da nova safra prestes a começar.
Ainda entre os fundamentos, o mercado se atenta também ao comportamento da demanda. A China ainda tem feito algumas novas compras - inclusive na Argentina - já que ainda há volumes necessários de serem comprados até janeiro para que a nação asiática esteja adequadamente abastecida.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, o dólar voltou a disparar nesta terça-feira, fechou o dia com o mais de 1,6% de alta, valendo R$ 5,24 e batendo em um pico de um mês. Para alguns analistas e consultores, parte das baixas das commodities se deu com essa alta da moeda americana - que não se deu só no Brasil.
De qualquer forma, no mercado nacional ajudou a neutralizar as baixas de mais de 1% da soja na CBOT. Ainda assim, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os indicativos no mercado de balcão estavam R$ 1,00 por saca mais baixos em relação ao dia anterior.
No mercado de lotes, os preços seguem acima dos R$ 190,00 por saca, com os valores mais elevados sendo registrados nas posições mais alongadas.
"Não tenho visto muitos movimentos, a semana parece estar sendo mais calma de negócios, com o produtor esperando para o que vai acontecer com o 7 de setembro", diz Brandalizze.
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