As universidades UENP e UEL firmaram termo de cooperação com a Leaf Agrociências para o desenvolvimento um biofungicida, para controle da ferrugem asiática na soja
As universidades estaduais do Norte do Paraná (UENP) e de Londrina (UEL) firmaram, nesta quinta-feira (2), termo de cooperação com a empresa Leaf Agrociências, que atua no ramo de comercialização e fabricação de defensivos agrícolas e fertilizantes foliares. O objetivo da parceria é desenvolver um biofungicida, para o controle da ferrugem asiática, doença que mais tem preocupado os produtores de soja no Brasil.
A próxima fase da pesquisa prevê investimentos desembolsados pelo Governo do Estado, por meio do Fundo Paraná – dotação de fomento à produção científica e tecnológica, administrada pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), assim também pela Leaf Agrociencias.
O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, destaca a importância dessa inovação de origem microbiológica para o agronegócio, segmento estratégico para o Brasil e o Paraná. “Os resultados dessa pesquisa devem impactar as atividades de produtores nacionais de soja, de forma ambientalmente mais sustentável, com potencial de exportação da inovação tecnológica para outros países que também enfrentam problemas relacionados à ferrugem asiática”, afirmou.
A Leaf Agrociencia esta muito honrada em participar deste desenvolvimento e estamos seguros que o trabalho conjunto com UENP e UEL, se tornará uma realidade e traremos uma solução inovadora aos produtores Brasileiros, comenta Estevam Carvalho.
PESQUISA – Segundo a coordenadora do projeto, professora Mayra Costa da Cruz Gallo de Carvalho, do Centro de Ciências Biológicas da UENP, o microrganismo que combate a ferrugem asiática foi identificado de forma aleatória. “Ele crescia como um contaminante dos experimentos, impedindo a multiplicação do fungo causador da doença que prejudica a cultura da soja. Passamos a purificá-lo e testá-lo em ensaios de controle da doença e obtivemos bons resultados, o que levou ao registro da patente”, explicou.
Nessa nova etapa, o estudo deve fornecer subsídios para o desenvolvimento posterior de um produto bioquímico (produzido a partir de materiais renováveis) de origem microbiológica para o controle da ferrugem asiática da soja. “Essa cooperação vai permitir escalar a tecnologia e concretizar essa ideia, na forma de produto disponível comercialmente para o mercado”, pontuou a professora Mayra.
Na UEL, pesquisadores atuam no desenvolvimento de produtos biológicos de primeira e de segunda geração. A partir do estudo iniciado na UENP, será desenvolvido um produto de segunda geração, em que os princípios ativos do produto final serão metabólicos produzidos por microrganismos e não os microrganismos em si.
O professor Admilton Gonçalves de Oliveira, do Departamento de Microbiologia da UEL, sinaliza o potencial científico para o controle biológico de pragas, considerando os meios naturais, notadamente outros organismos vivos. “O futuro dos defensivos biológicos está nas novas tecnologias, dentre elas os biodefensivos de segunda geração, que utilizam o arcabouço genético de microrganismos na produção de moléculas que integram a formulação do produto final”, afirmou.
Por meio de ensaios laboratoriais, que envolvem diferentes escalas e condições, serão identificadas biomoléculas ativas, a fim de possibilitar a prototipagem de um biofungicida microbiano. Esse fungicida será usado no desenvolvimento de biodefensivos, com potencial para atuar, inclusive, no controle de outros fungos de interesse agronômico, no âmbito do setor hortifrúti (frutas e verduras).
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