Óleo de soja sobe mais de 4% no mercado spot em Chicago, grão acompanha e fecha 5ª com mais de 2% de alta

Publicado em 02/06/2022 17:13

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Nesta quinta-feira (2), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram o pregão com altas de mais de 2% entre os contratos mais negociados, ou registrando ganhos de 26,50 a 39 pontos. Assim, o julho foi a US$ 17,29 e o agosto a US$ 16,58 por bushel. Parte do apoio para o movimento de avanço vinha do óleo, com ganhos superiores a 2% na CBOT e do farelo, que subia mais de 0,5%. 

No primeiro vencimento - julho/22 - o óleo subiu 4,26%, fechando a 81,44 cents de dólar por libra-peso, enquanto os demais concluiram os negócios subindo mais de 3% nas posições um pouco mais alongadas, todos buscando dos 80 cents/lp. O óleo de soja acompanha um cenário de fundamentos positivos muito fortes entres os óleos vegetais todos, bem como do óleo diesel e do petróleo, que também subiram nesta sessão. 

"O óleo de soja tomou frente por si só nesta quinta-feira, com o  mercado europeu hoje dando muito suporte às altas nos óleos,  já alinhado com as exportações da Indonésia em queda", explica o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. "O óleo de palma foi o gatilho das altas no óleo de soja hoje, porém, o mercado da palma fechou no início da manhã, já deixando um ponto de sustentação pro complexo soja desde as primeiras horas do dia", complementa.

O comportamento de uma demanda mais aquecida neste momento foi outro ponto importante nesta quinta-feira e, segundo explicam analistas e consultores, há uma força importante dos fundamentos sobre o mercado neste momento. 

Os EUA já comprometeram cerca de 60 milhões de toneladas de soja 2021/22 contra a última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de pouco mais de 58 milhões. "O USDA terá que revisar pra cima a demanda norte-americana e isso vai pressionar os estoques finais por lá que já são apertados", explica Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

Nesta quinta, o departamento americano anunciou uma nova venda de soja de 352 mil toneladas para o Paquistão. Do total, 55 mil toneladas foram da safra velha e 297 mil da safra nova. O país segue sendo demandado pelo produto 2021/22 e ajuda a fortalecer o pilar de sustentação dos futuros da oleaginosa. 

Ontem, o USDA já havia informado sobre uma outra venda, para a China, de 132 mil toneladas, sendo metade 2021/22 e a outra metade 2022/23. 

"Importadores, inclusive a China, ainda estão comprando para julho e agosto, o que mostra que seus estoques estão bem curtos", complementa o time da Agrinvest. 

Não só a demanda para exportação tem se mostrado forte, como a demanda interna nos EUA também tem sustentação, as margens das indústrias são boas e ajudam no suporte. Afinal, a busca pelos derivados são intensas, o que ajuda a manter prêmios também firmes para a soja nos EUA, bem como acontece no Brasil. A demanda pelo biodiesel de soja - e etanol de milho - está em um momento bastante intenso, acompanhando os altos patamares em que se encontram os preços do petróleo. 

Do mesmo modo, as atenções seguem sobre o clima nos Estados Unidos e o avanço dos trabalhos de campo, já que as expectativas sobre a nova safra norte-americana são grandes. O plantio já passa de 66% e o foco agora está sobre as chuvas dos próximos dias no Corn Belt e o impacto que isso exercerá sobre o futuro das áreas de soja e milho no país. 

"O rápido avanço do plantio do milho nos EUA, a rentabilidade melhor em relação à soja, a demanda maior para a soja e a baixa competitividade do cereal americano no mercado internacional são alguns dos motivos que fez com que essa relação voltasse a favorecer a soja sobre o milho", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.

No paralelo, porém não menos importante, o mercado também segue monitorando de perto o desenrolar do conflito entre Rússia e Ucrânia. Nesta quinta, o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou que precisa de "garantias de não-agressão sobre seus navios comerciais. A Ucrânia demnada a retirada dos navios russos das rotas de exportação", disse a consultoria. 

Mais do que isso, a Ucrânia tem acusado a Rússia de embarcar trigo roubado pelo porto de Mariupol. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o dólar voltou a cair nesta quinta e fechou abaixo dos R$ 4,80. A moeda americana teve mais um dia de perdas e encerrou o dia cedendo 0,22% e valendo R$ 4,79. Todavia, apesar de certa pressão do câmbio para os preços da soja no Brasil, as altas em Chicago tem ajudado a neutralizar as perdas cambiais e ajudando a garantir preços ainda remuneradores para o produtor nacional. 

Além disso, em dólares por saca - para o sojicultor que faz esse tipo de operação - os indicativos ainda são favoráveis, registrando valores acima dos US$ 40,00/saca. 

Soma-se a este quadro prêmios ainda fortes e muito favoráveis para a formação dos preços da soja brasileira, em especial para meses mais a frente, com o agosto registrando mais de 200 cents - ou US$ 2,00 - por bushel acima dos preços praticados na Bolsa de Chicago. 

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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