Soja sobe em Chicago, dólar acompanha e preços avançam no interior do Brasil
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com leves altas. Depois de chegar a testar ganhos de até dois dígitos no pregão desta segunda-feira (27), o mercado diminuiu a intensidade do avanço e terminou subindo entre 2,50 e 5,50, pontos nos principais contratos, levando o novembro a US$ 12,87 e o maio a US$ 13,08 por bushel.
Como explicaram analistas e consultores de mercado, os preços ganharam tração, de um lado, pelas novas notícias da demanda, com a China comprando 334 mil toneladas de soja nos EUA nesta segunda, mas também da alta forte do petróleo. A commodity não puxou só a soja, como também os futuros do milho neste início de semana na CBOT.
Como explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, as notícias de diminuição do esmagamento de soja na China em função dos problemas com energia no país até tentaram assustar o mercado, mas foram insuficientes.
A paralisação destas empresas representa 10% da capacidade diária de esmagamento de China. Estamos falando de cerca de 24 mil toneladas de soja que deixam de ser esmagadas em um dia calmo de esmagamento, onde eles têm capacidade de esmagar 250 mil toneladas/dia. A China é muito grande para parar", afirma Brandalizze.
Ademais, o mercado segue dividido entre a colheita nos EUA - que caminha bem com a ajuda do clima - e o plantio no Brasil - que ainda vê os produtores esperando por uma chegada mais consistente da estação chuvosa para avançar com os trabalhos de campo. Quem lidera o plantio - com estimativas que variam de 0,8% a 1,3% da área nacional - são os estados do Paraná, Mato Grosso e São Paulo. Em Minas, as áreas irrigadas também já estão sendo semeadas.
O clima seco nos EUA permite o bom avanço da colheita tanto da soja, quanto do milho, porém, segundo explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo de Sousa, "a produtividade tanto do milho, como da soja vem caindo, de acordo com relatos dos produtores que continuam apontando que ambas as culturas estão desapontando, pelo menos até o momento".
E assim, o mercado espera que uma nova revisão nos números da safra 2021/22 dos EUA no novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 12 de outubro.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, o dólar voltou a subir e concluiu a segunda-feira com alta de 0,65% e sendo cotado a R$ 5,38, o que acabou sendo mais um fator de alta para a formação dos preços da soja no mercado nacional. As altas no interior do país chegaram a 1,24%, como foi o caso de Rio do Sul, em Santa Catarina, levando a saca de soja a R$ 163,00.
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Nos portos, os preços também seguem sustentados, com referências acima dos R$ 170,00 para a safra velha e dos R$ 160,00 para a safra nova. Além dos patamares encontrando suporte na Bolsa de Chicago e do dólar em alta, os prêmios ainda elevados no mercado nacional - acima dos US$ 2,00 por bushel acima de Chicago - também são combustível para as cotações formadas para a soja brasileira.
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