Retenciones sobre a soja na Argentina voltam a ser de 33% a partir de janeiro
As taxações sobre as exportações de soja na Argentina - as chamadas retenciones - voltarão a ser de 33% a partir de janeiro, segundo informa o site local Infobae, que ouviu fontes oficiais sobre o assunto. Em outubro, o governo argentino lançou um pacote de medidas que incluia impostos menores, levando a tarifa a 30%, mas o mesmo se encerra agora no final de 2020 e não será renovado.
O aumento foi gradual, já que em novembro o tributo já havia passado de 30% para 31,5%, para 32% em dezembro e agora os 33% de volta em janeiro de 2021. No caso dos derivados, o farelo de soja passa de 27% para 30% e o óleo, de 28% a 31%.
O aumento das retenciones foi uma das primeiras ações adotadas pelo governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, depois de Maurício Macri ter promovido uma redução - também gradual - nas alíquotas quando foi presidente. Em sua gestão, o grão de soja era tributado em 24,7% e os cereais, 6,7%, além de ter sido estabelecido um teto para as retenciones de até 4 pesos por dólar exportado.
Ao assumir, Fernández e sua equipe eliminaram o teto e levou as retenciones da oleaginosa a 30%, enquanto milho e trigo carregam 12%. A baixa dos 33% para 30%, no caso da soja, fez parte do pacote de medidas que o governo lançou em outubro em meio à pandemia do novo coronavírus.
As retenciones, há anos, tem sido combustível para sérios embates entre governo e o setor produtivo no país. E ainda de acordo com o portal Infobae, a medida apenas temporária serviu para desalinhar ainda mais as relações entre os governantes, os produtores rurais e suas associações de classe.
"A Associação Civil dos Agricultores e Pecuaristas do Norte (Apronor) exigie uma sinalização clara e contundente por meio de um cronograma de retirada gradual permanente e não transitória das retenciones, até sua eliminação definitiva. Esta última medida de redução temporária das retenções não causa estímulos, mas sim uma irritação no setor agrícola", informou uma nota da instituição.
Mais irritado o setor se mostra ainda diante da paralisação dos portos e frente uma greve dos trabalhadores portuários e das processadoras que já dura mais de 20 dias, com aproximadamente 173 navios à espera dos embarques de 4,7 milhões de toneladas de soja em grão e derivados e com o abastecimento comprometido na Argentina.
Uma nova reunião acontece entre as lideranças da paralisação e o Ministério do Trabalho nesta terça-feira (29).
Com informações do Infobae e da Revista Chacra
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