Importadores chineses compraram soja do Brasil "muito barato", reconhece analista da Cofeed
PEQUIM (Reuters) - As importações de soja pela China aumentaram 41% em outubro em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Administração Geral de Alfândegas chinesa divulgados neste sábado, à medida que as cargas do Brasil e as chegadas dos EUA aumentaram.
O maior importador de soja do mundo trouxe 8,69 milhões de toneladas da oleaginosa em outubro, ante 6,18 milhões de toneladas no mesmo mês do ano anterior, já que os processadores reservaram os grãos brasileiros anteriormente com boas margens de esmagamento e mais grãos dos EUA começaram a entrar.
Os números caíram ante as 9,8 milhões de toneladas de setembro, uma vez que os embarques do Brasil começaram a diminuir com a oferta sendo reduzida no país da América do Sul.
"As importações de soja dos EUA aumentaram em outubro", disse Xie Huilan, analista da consultoria agrícola Cofeed, antes da divulgação dos dados.
"A maioria restante ainda é de soja brasileira, que (processadores) compraram muito barato antes", disse Xie.
"Espera-se que o ritmo de compra diminua um pouco nos próximos meses, uma vez que os processadores já encomendaram muitos grãos brasileiros antes, e os grãos dos EUA também aumentarão", disse um operador no norte da China.
"Em fevereiro e março, voltaremos a mudar para o grão brasileiro", disse o esmagador, que não quis ser identificado por não ter autorização para falar com a mídia.
Em fevereiro, o Brasil (maior produtor e exportador global) já contará com a oferta da safra nova, cuja colheita começa em janeiro.
Exportações e importações da China aumentam em outubro em meio à recuperação global
PEQUIM (Reuters) - As exportações da China cresceram no ritmo mais rápido em 19 meses em outubro, enquanto as importações também aumentaram, mostraram dados oficiais neste sábado, enquanto a segunda maior economia do mundo continuou a se recuperar depois de ser duramente atingida pela crise do coronavírus no início deste ano.
As exportações em outubro aumentaram 11,4% em relação ao ano anterior, superando as expectativas dos analistas de um aumento de 9,3%.
O aumento nas exportações elevou o superávit comercial de outubro para 58,44 bilhões de dólares, ante previsão da pesquisa de 46 bilhões de dólares e 37 bilhões em setembro.
O superávit comercial da China com os Estados Unidos aumentou para 31,37 bilhões de dólares em outubro, versus 30,75 bilhões em setembro.
As exportações da China permaneceram em grande parte resilientes em meio à pandemia global Covid-19, à medida que a forte demanda por suprimentos médicos e a redução da capacidade de fabricação em outros lugares trabalharam a favor da China.
"O crescimento das exportações acelerou ainda mais e excedeu significativamente as expectativas, indicando um impulso relativamente forte", disse Liu Xuezhi, analista do Bank of Communications, em Xangai. As exportações da China podem permanecer fortes no resto de 2020, à medida que as empresas retomem a produção mais rapidamente do que os rivais globais e vendam mais produtos relacionados à pandemia, como máscaras faciais, disse Liu.
As importações aumentaram 4,7% no comparativo anual em outubro, um crescimento mais lento do que o visto em setembro, de 13,2%, e abaixo das expectativas em uma pesquisa da Reuters de um aumento de 9,5%, mas ainda marcando um segundo mês consecutivo de crescimento.
Analistas disseram que o sólido desempenho comercial pode impulsionar a recuperação econômica mais ampla da China, que ganhou força depois de o país sofrer uma profunda recessão no início deste ano.
A economia da China cresceu 4,9% no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, mas o crescimento pode desacelerar para pouco mais de 2% este ano --o mais fraco em três décadas, mas ainda muito mais forte do que outras economias importantes.
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