Soja: Cauteloso diante do dólar em queda, mercado no Brasil tem 2ª feira de negócios mais limitados

Publicado em 06/04/2020 13:38

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A queda do dólar neste início de semana deixou o mercado brasileiro um pouco mais tranquilo, principalmente combinada com a estabilidade das cotações na Bolsa de Chicago. Como explicou o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, o mercado está buscando entender se este recuo da moeda americana se sustenta e com os produtores já bem vendidos. "O mercado está tateando", diz. 

Por volta de 13h15 (horário de Brasília), o dólar era cotado a R$ 5,24, com perda de 1,58%, enquanto os futuros da oleaginosa ainda tinham US$ 8,57 no maio e US$ 8,65 no agosto, com pequenas altas de pouco mais de 3 pontos nos contratos mais negociados. Assim, nos portos, os indicativos de preços seguiam semelhantes aos da última sexta-feira (3), quando seguiam oscilando entr R$ 102,00 e R$ 104,00 por saca para o produto da safra atual.

E como lembra Fernandes, "o produtor já está bem vendido, são mais de 75% da safra 2019/20 vendidos, e agora o produtor observa". Já para a safra nova, o sojicultor também tem um pouco mais de cautela neste momento, ponderando o peso das circunstâncias - dólar, custos de produção, demanda - para dar continuidade à sua comercialização, também por já contar com um percentual alto - e atípico para este momento. 

A última semana foi uma das melhores da história do Brasil para o mercado da soja, com o dólar chegando a superar os R$ 5,30 e levando as cotações a superarem ainda mais os R$ 100,00 por saca. E para esta semana, as perspectivas para os preços brasileiros também são positivas, segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

"O mercado da soja, nesta nova semana, seguirá com indicativos firmes, mesmo que o dólar já esteja muito além do que estava sendo esperado pelos mais otimistas na moeda americana. A divisa, ainda assim, segue nervosa e tem pouco fôlego para recuar no curtíssimo prazo e, desta forma, pode seguir dando
argumento positivos para a soja nos portos", diz Brandalizze. 

Assim, o consultor espera uma semana de preços ainda firmes, não só pelo dólar, mas também pela disponibilidade da soja brasileira que se mostra cada vez mais ajustada. 

Mais do que isso, as vendas da safra nova também estamos bastante aceleradas e nestes próximos dias, o mercado também pode "voltar a trazer fechamentos para com alta nos próximos dias em reais", conclui o consultor. 

"Em meio à pandemia de coronavírus, o dólar se mantém em patamar recorde, operando acima de R$ 5,00 desde 16 de março. Esse cenário, que eleva a atratividade de commodities brasileiras, e a paralisação dos trabalhos em portos da Argentina – concorrente do País nas exportações de soja e derivados – intensificaram o ritmo dos embarques nacionais do grão. Assim, atentos ao produto barato e abundante, novos compradores internacionais direcionaram suas aquisições ao Brasil", afirmam os pesquisadores do Cepea sobre a última semana no mercado nacional.

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, o mercado busca encontrar uma direção nesta segunda-feira, testando os dois lados da tabela dividida entre fundamentos e cenário macroeconômico. 

A pressão continua vindo das incertezas relacionadas ao coronavírus, com os EUA podendo entrar na semana mais difícil da pandemia e o número de casos ainda crescendo no Brasil todo. Em contrapartida, o número de mortes começou a diminuir e essa acaba sendo uma imporante contraposição para os mercados mundo a fora. 

No Brasil, são mais de 11 mil casos confirmados e 488 mortes. Na China, há novos casos sendo registrados, sendo 25 'importados' e 5 internos. Assim, a nação asiática continua sendo intensamente monitorada. 

Pontualmente, o mercado internacional observa ainda seus fundamentos, como o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta semana. O clima nos EUA para a nova safra e a conclusão da safra na América do Sul também permanecem no radar dos traders, ainda que como coadjuvantes. 

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Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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