Soja: Preços continuam sem força na Bolsa de Chicago, mas Brasil tem suporte no dólar e prêmios

Publicado em 14/01/2020 08:49
Negócios, porém, ainda se mantêm pontuais neste início de 2020. Expectativa alta sobre China x EUA

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Nesta terça-feira (14), os preços da soja voltam a ceder na Bolsa de Chicago. As cotações, por volta de 8h05 (horário de Brasília), perdiam pouco mais de 2 pontos, com o março valendo US$ 9,40 e o maio, US$ 9,53 por bushel. 

"Com o petróleo em baixa, o preço do farelo cedendo na China (comentários de que falta espaço nos armazéns) e a colheita oficialmente iniciada no Brasil, traders não conseguem encontrar entusiasmo para o curto prazo", explica o consultor Steve Cachia, da Cerealpar e da AgroCulte. 

E o executivo explica ainda que nem mesmo as boas perspectivas para a assinatura da fase um do acordo comercial entre China e EUA prevista para acontecer amanhã dá força aos futuros da oleaginosa.

Afinal, ainda segundo ele, "há dúvidas de que as novas condições possam se transformar em maior volume de compras de soja americana pela China no curto prazo". O mercado ainda não conhece detalhes sobre o texto que será assinado por chineses e americanos e ainda sofre, portanto, com a falta de confirmação sobre a demanda da nação asiática pela oleaginosa. 

"Os fundos buscam se manter neutros na medida em que buscam conhecer mais informações sobre o acordo", dizem os especialistas da consultoria internacional Allendale, Inc. 

O vice premiê chinês, Liu He, chegou ontem a Washington junto de sua delegação. "E essa chegada um pouco mais cedo dá a eles tempo de se encontrar com seus companheiros de negociação americanos antes da cerimônia de assinatura do acordo na Casa Branca na quarta-feira", completa a Allendale. 

Uma fonte ouvida pela agência de notícias Reuters informou que a China teria se comprometido a comprar quase US$ 80 bilhões em produtos manufaturados dos EUA nos próximos dois anos, como parte do acordo que deverá ser assinado neste dia 15 de janeiro. Da mesma forma, se espera ainda que a nação asiática "comprará mais de 50 bilhões de dólares a mais em oferta de energia, e ampliará as compras de serviços dos EUA em cerca de 35 bilhões de dólares no mesmo período de dois anos". 

Leia mais:

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>> Exportações da China mostram força em dezembro enquanto mundo aguarda assinatura de acordo com os EUA

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o início de 2020 continua sendo marcado pelo suporte do dólar alto e dos prêmios ainda firmes para dar sustentação às cotações da soja. 

"A semana da soja no Brasil começou com pouca movimentação e indicativos em alta, com poucos compradores em atividade. Mas, os que apareceram mostravam pressão de alta nos indicativos e assim apelo positivo para as cotações", relata o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Ainda assim, os negócios seguem pontuais, com os produtores um pouco mais retraídos diante de novas vendas após bons volumes já tendo sido comprometidos nos últimos meses. Além disso, os sojicultores também se focam no desenvolvimento de suas lavouras, uma vez que, mesmo pontualmente, algumas regiões ainda sofrem com adversidades climáticas. 

A 'soja do momento', porém, ainda como explica Brandalizze, volta a apresentar indicativos na casa dos R$ 90,00 nos portos, reforçando a presença da demanda pela oleaginosa brasileira e a sustentação trazida pela combinação do dólar e dos prêmios. Para os meses de janeiro e fevereiro, os vendedores pedem um prêmio de 100 cents de dólar acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago, enquanto os compradores oferecem algo entre 65 e 55 cents, ainda de acordo com dados da Brandalizze Consulting. 

Leia mais e, na sequência, veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

>> Soja: Produtor evita novas vendas diante de expectativa de preços mais altos

>> Baixa demanda pela soja americana desde o início do ano tira sustentação de preços em Chicago; mercado aguarda termos do acordo

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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