Soja renova mínimas em Chicago e tem menor preço em 7 semanas nesta 2ª feira
O mercado internacional da soja intensificou suas baixas no pregão desta segunda-feira (18) e terminou o dia com perdas de mais de 7 pontos entre os principais contratos negociados na Bolsa de Chicago.
O mercado vê crescer o entendimento de que a China recua em sua intenção de um acordo com os EUA para colocar fim a uma guerra comercial que já dura 20 meses, à espera das eleições norte-americanas 2020 ou até mesmo um impeachment do presidente Donald Trump.
De acordo com informações apuradas pela Agrinvest Commodities nesta segunda, Pequim mudou sua estratégia sobre a assinatura da fase um do prévio acordo com os EUA, já que a mesma esbarra na retirada de tarifas. Enquanto a nação asiática busca o levante das taxas, o presidente americano Donald Trump não aceita a medida.
"Nesse momento, em Pequim os líderes estão pessimistas em relação à assinatura de um acordo, o que pode gerar uma reviravolta nas negociações e provocar mais pressão sobre os preços de algumas das principais commodities como a soja negociada em Chicago e o algodão em Nova York", completa a consultoria.
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Dessa forma, as cotações da soja renovaram suas mínimas e registram seu menor patamar em sete semanas na Bolsa de Chicago. Nesta primeira sessão da semana, o contrato janeiro fechou com US$ 9,10 e o maio, US$ 9,34 por bushel.
Além da falta de novidades na guerra comercial, a demanda um pouco mais lenta também pesa sobre as cotações na CBOT neste momento.
"O fato dessa lateralidade continuar em Chicago já não tem muito mais a ver com isso, mas a parte fundamental do mercado, um excesso de grãos no planeta e uma demanda que não cresce no mesmo ritmo. Então, para Chicago voltar a subir é preciso ter um acordo, com a sinalização de grandes vendas, ou uma seca no Brasil para limitar um pouco a oferta", explica o diretor da ARC Mercosul, Tarso Veloso.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, a semana começa com os preços caminhando com alguma estabilidade e os vendedores ainda um tanto cautelosos depois de um final de semana alongado com o feriado do dia 15 de novembro, na última sexta-feira.
Nos portos, as cotações terminaram o dia com estabilidade marcando ainda R$ 88,50 em Paranaguá e R$ 88,20 em Rio Grande para a soja disponível. Já para a safra nova, R$ 86,00 e R$ 86,50 por saca, respectivamente.
Já no interior, a demanda maior por parte das indústrias - com um bom momento não só das proteínas animais, mas também do biodiesel - contribui para preços melhores em algumas praças do interior do país neste início de semana. Os destaques ficaram para as praças do Paraná nesta segunda-feira, onde as referências variam na casa de R$ 78,00 a R$ 87,00 por saca, com ganhos na casa dos 0,65%.
Além disso, o dólar em alta e voltando a bater nos R$ 4,20 é outro fator positivo para o mercado brasileiro. "Quanto mais se desvaloriza a moeda brasileira, mais oportunidade de venda para os produtos nacionais", diz o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.
O Brasil já comercializou cerca de 35% da safra 2019/20, o que, neste momento, mantém o ritmo dos negócios um pouco mais lento neste momento, com os produtores bastante focados nos trabalhos de campo. E de acordo com estimativas da Brandalizze Consulting, o plantio já está concluído no país em pouco mais de 70% da área. Ainda assim, algumas regiões ainda chamam a atenção por conta das condições de clima.
"No campo, embora as recentes chuvas tenham amenizado a preocupação de parte dos agentes, há municípios que ainda registram déficit hídrico, especialmente em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Maranhão", dizem os pesquisadores do Cepea.
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