Sem iniciar plantio, Argentina já vendeu 62,2% a mais de safra nova do que em 2016
Depois de um ano complicado de vendas, os exportadores e a indústria da Argentina já negociaram quase 3 milhões de toneladas da soja 2017/18, que começará a ser plantada no final de outubro.
Essa quantidade de operações, que surgem de dados do Ministério da Agroindústria do país, representa um aumento de 62,2% em relação ao informado no mesmo período de 2016, quando apenas 1,8 milhões de toneladas haviam sido negociadas.
De acordo com o pesquisador Eugenio Irazuegui, da corretora Zeni, "a baixa dos direitos sobre exportação, as chamadas 'retenciones', já está descontada pelo mercado e não se esperam maiores mudanças de preços" por este motivo.
A partir de 2018, os direitos de exportação da soja, que atualmente são de 30%, terão uma queda de 0,5% ao mês.
A soja para maio/18 vale hoje US$5 a mais por tonelada do que a posição novembro/17, o que configura "uma situação atípica frente a anos anteriores, quando os valores em maio (safra nova) eram negociados com descontos de até US$25 a tonelada", indicou Irazuegui.
Neste ano, as vendas de soja foram muito inferiores a safras anteriores por conta da queda dos preços internacionais das commodities e das oscilações no câmbio. Segundo os últimos dados oficiais, as vendas de soja 2016/17 alcançam as 35,3 milhões de toneladas, o que representa menos de 62% da produção obtida. Por sua vez, os compromissos de entrega de mercadoria com preço a fixar bateram recordes.
As operações que são realizadas para o próximo ano também são, em grande parte, geradas com valores a fixar. Só se fechou preço para 38% do total negociado até o momento.
Tradução: Izadora Pimenta
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