Soja: Mercado em leve alta, depois do relatório baixista do USDA, por Miguel Biegai da OTCex Group
Bom dia! Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago operam em alta na manhã desta quarta-feira (13/09). O vencimento novembro tenta se reaproximar dos US$ 960 cents/bushel, patamar em que se encontrava antes do baixista relatório do USDA de ontem, e está cotado em US$ 955,50 centavos por bushel (5 centavos de alta), no momento em que tamborilo estas mal traçadas linhas. Movimentação noturna relativamente forte com 25 mil contratos negociados durante a madrugada.
Novamente, o relatório do USDA “bateu” no mercado. Ainda ontem comentamos que a média das projeções dos analistas consultados por agências internacionais, no que se refere ao número de produção, estava em 117,6 milhões de toneladas (em linha com o número apresentado pela Pro Farmer). Mas, já no relatório de setembro, a média esperada era de menos de 115 milhões de toneladas, e no final das contas veio mais de 119, virando o mercado de cabeça pra baixo.
Pois é. Não só veio diferente, como veio na contra-mão do que o mercado esperava. Ao invés de redução de produção, mais aumento. Segundo o USDA, os produzirão americanos colocarão 120,21 milhões de toneladas à disposição da demanda. Disparado, a maior safra da História. No momento do relatório, vimos a soja recuar para 20 centavos de queda, com o contrato de novembro indo buscar os US$ US$ 937.
Por outro lado, como estamos comentando a bastante tempo, a grande oferta acaba gerando sua própria demanda (Lei de Say). Os consecutivos anos de safras cheias e preços baixos (em dólares) incentivaram o consumo mundial aos seus maiores níveis, com 344,30 milhões de toneladas no mundo. Os investimentos em aumento de produção de proteína animal (particularmente na Ásia) estão e continuarão intensos. O dia que tiver uma quebra comprometedora de safra em algum lugar do mundo, provavelmente vai ser um “Deus nos acuda!” na Ásia.
Graficamente, nota-se que, apesar da notícia de cunho baixista indicada no relatório, ainda seguimos em uma tendência lateral. Passado o relatório de setembro, as atenções começam a se voltar para as condições de plantio na América do Sul, cujas condições de baixa umidade em várias regiões começa a gerar um pouco de preocupação.
Estou em Palmeira das Missões RS- ministrando curso de Proteção de Preços de Soja para os produtores da região até o final dessa semana. Há turmas abertas para a cidade de Carazinho nos dias 25 a 28 de setembro, e darei uma palestra no dia 29 em Getúlio Vargas. Há outras turmas sendo montadas para o início de outubro, também no RS.
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Thiane Michelon Ponta Porã - MS
Tomara que essa quebra comprometedora da safra mundial de soja, se acontecer, nao seja causada pelo Brasil.