Soja: mesmo sem novidades do USDA, mercado em Chicago encerra semana em alta
Nesta semana, após um relatório sem grandes novidades do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado da soja na Bolsa de Chicago encerrou voltando aos fundamentos já conhecidos, reajustando as cotações e com vencimentos futuros rompendo a margem dos US$10,70/bushel.
O analista de mercado Eduardo Vanim lembra que o USDA, portanto, opta esperar por uma revisão nos números americanos, em função da competição com a soja na América do Sul. Porém, nesta semana, a estratégia do produtor brasileiro de segurar soja e do produtor americano de vender soja e segurar milho fez com que a soja americana se tornasse mais barata do que a soja brasileira. Ontem e hoje, o USDA reportou embarques de 250 mil toneladas para destinos desconhecidos.
Os preços no mercado interno brasileiro tiveram movimentações positivas durante a semana na maioria das praças analisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. As cotações tiveram aumento de R$0,50 a R$2,50, com preços variando entre R$64,00 a R$74,00 no interior do Brasil e R$75,00 a R$78,50 nos portos - este último pico, registrado no Porto de Rio Grande.
Na variação semanal, os maiores níveis foram registrados em Castro (PR), com variação positiva de 3,50% e no Porto de Imbituba (SC), variação de 3,42%. Das praças analisadas, a única que registrou variação negativa foi Assis (SP), com -0,71%.
De acordo com Vanim, o dólar em baixa e o encarecimento do frete em cerca de 30% em várias regiões do país - do qual parte do valor é repassado para o aumento dos prêmios - foram alguns fatores que influenciaram nas altas apresentadas.
Bolsa de Chicago
Na sessão desta sexta-feira (10), a Bolsa de Chicago encerrou o dia de forma positiva, com o vencimento março/17 atingindo US$10,59/bushel e as altas rondando por volta dos 8 pontos nos principais vencimentos. O vencimento maio/17 encerrou a US$10,70/bushel e a marca também é mantida pelos vencimentos julho/17 e agosto/17, que fecharam a US$10,77/bushel e US$10,74/bushel, respectivamente. Na variação semanal, os vencimentos tiveram altas de 2,97% a 3,16%.
Entre consultores e analistas internacionais é consenso que a nova safra dos Estados Unidos já começa a ganhar mais espaço entre os traders, principalmente com o foco voltado à disputa por área entre soja e milho no Corn Belt. Os primeiros indicativos já sinalizam que nesta temporada a oleaginosa poderia ganhar alguns hectares do cereal e, caso isso se confirme, as cotações poderiam ser pressionadas na CBOT.
Entretanto, as posições dos fundos, que seguem ainda bastante comprados na soja, acaba por dar algum suporte aos futuros da commodity, ainda de acordo com analistas internacionais. "Temos a impressão de que os fundos continuarão a defender essa sua posição no curto prazo", informa a nota da Benson Quinn Commodities desta sexta-feira.
Para Vanim, um ponto que também chama a atenção é a movimentação em torno do farelo de soja. Com baixos preços no mercado interno, devido à concorrência com o DDG de milho, as esmagadoras optam por focar na exportação do produto. Desta forma, o prêmio do farelo apresenta queda, o que o torna novamente competitivo frente à Argentina e ao Brasil e sustentando as cotações do grão.
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