Custos Grãos: COE da soja sobe no 1º semestre nas praças do Sul e Cerrado, segundo Cepea

Publicado em 08/09/2016 15:57

Cepea, 8 – O Custo Operacional Efetivo (COE) da soja transgênica nas regiões do Cerrado e do Sul do País aumentou no primeiro semestre de 2016 frente ao mesmo período de 2015, segundo cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Para esse resultado, foi considerada a compra de insumos das safras 2015/16 e da 2016/17 nos seis primeiros meses dos respectivos anos.

Fungicidas e inseticidas foram muito representativos no COE nesse período. No entanto, em algumas regiões, os gastos com herbicidas superaram os com inseticidas. Para todas as regiões analisadas pelo Cepea, houve retorno positivo sobre o custo operacional (RRCO – Retorno Sobre o Custo Operacional), com a região Sul se destacando, com retornos superiores a 50% em 2016.

Em Sorriso (MT), houve aumento de 11,69% no COE médio do primeiro semestre deste ano frente ao anterior, saindo de R$ 2.301,40/hectare em 2015 para R$ 2.570,54/ha em 2016. Especificamente, os componentes que mais influenciaram os custos operacionais nessa praça, tanto no primeiro semestre de 2016 quanto no de 2015, foram fertilizantes e inseticidas. Até o final de junho/16, segundo dados do Cepea, 71,7% dos insumos da safra 2016/17 haviam sido comprados, ritmo superior ao observado na temporada anterior, quando 69,2% dos insumos haviam sido adquiridos nessa região mato-grossense.

Considerando-se uma produtividade média de 56 sc/ha na região de Sorriso para todo o período analisado, o RRCO médio dos primeiros seis meses de 2016 foi de 37,8%, superior ao de 2015, de 21%. Isso foi possível devido ao aumento de 27,21% no preço médio da saca de soja no período analisado, saindo de R$ 49,74 no primeiro semestre de 2015 para R$ 63,27 no primeiro semestre de 2016.

A região de Primaveral do Leste (MT) também registrou aumento no COE no primeiro semestre de 2016, totalizando R$ 2.892,17/ha, 7,6% maior que os R$ 2.688,84/ha de 2015. A mesma tendência de gastos com fertilizantes e inseticidas de Sorriso foi observada em Primavera. Entretanto, o ritmo de comercialização estava em 50% até o final do primeiro semestre, enquanto no mesmo período do ano passado alcançava 67,5%.

Na primeira metade de 2016, a Praça de Primavera do Leste teve RRCO médio consideravelmente maior que no mesmo período do ano passado, de 28,5% contra 8,5%. Esse resultado esteve atrelado ao aumento médio de 27,4% no preço da saca de soja, que saiu R$ 53,06 na média dos seis primeiros meses de 2015 para R$ 67,58 no mesmo período de 2016.

Dentre as regiões acompanhadas no Cerrado, Rio Verde (GO) registrou os menores COE tanto no primeiro semestre deste ano quanto no de 2015, de R$ 1.996,70/ha no ano passado e de R$ 2.159,29/ha em 2016, aumento de 8,1%. Embora fertilizantes e inseticidas ainda tenham se mantido como os principais custos, a região também apresentou gastos significativos com outros químicos (adjuvantes e óleos). O retorno sobre o custo operacional em Rio Verde também foi o maior dentre as praças do Cerrado, ficando em 55,8% para cada real investido, contra 41,4% em 2015.

Analisando-se a região Sul, Carazinho (RS) obteve aumento de 12,5% no CO, indo de R$ 2.048,66/ha nos primeiros seis meses de 2015 para R$ 2.305,36/ha no mesmo período de 2016. Os principais participantes no CO da região foram fertilizantes e fungicidas, sendo este último devido à pressão de ferrugem. O ritmo de aquisição de insumos na região atingiu níveis iguais nos dois períodos analisados, registrando 33%.

Devido à produtividade de 63 sc/ha, o RRCO foi bastante positivo nos primeiros semestres de 2015 e 2016, ficando em 79,4% e 98,5% respectivamente. Vale ressaltar que, das três regiões analisadas no Sul, a projeção mostra que Carazinho atinge o maior retorno.

No Paraná, a região de Cascavel apresentou o maior COE médio dentre as praças do Sul do País no primeiro semestre de ambos os anos, ficando em R$ 2.187,85/ha em 2015 e em R$ 2.550,61/ha em 2016. As compras de insumos estão mais adiantadas neste ano, com 77,5% de insumos comprados até o final de junho, contra 65% no mesmo período de 2015.

Com a produtividade atingindo 62 sc/ha em Cascavel, o retorno sobre cada real investido na oleaginosa foi de 62,4% no primeiro semestre de 2015 e de 73,03% no mesmo período de 2016. Isso porque o preço médio na região aumentou 24,21% entre os períodos citados acima, indo de R$ 57,31/sc para R$ 71,18/sc.

O COE da região de Dourados (MS) foi de R$ 2.018,96/ha no primeiro semestre de 2016, valor 7,7% maior que no mesmo período do ano anterior. A comercialização está mais adiantada na região, quando se faz a comparação entre o primeiro semestre de 2015 e 2016, indo de 50% para 60%. Além de fungicidas e inseticidas, os herbicidas participaram consideravelmente do COE, com uma média de 14,29%.

O RRCO da região também é alto, já que o produtor sul-mato-grossense recebe 58,06% a mais para cada real investido na soja transgênica, segundo a projeção para a safra 2016/17. Esse retorno é 54,17% maior que o recebido pelo produtor no primeiro semestre de 2015.

Figura 1 - COE, Receita Líquida e RRCO da soja no primeiro semestre de 2016

Figura 1 - COE, Receita Líquida e RRCO da soja no primeiro semestre de 2016 - CEPEA

Fonte: Cepea e CNA, 2016.

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Fonte:
Cepea

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