Mercado da soja em Chicago opera em campo negativo nesta 5ª feira de olho no financeiro
Nesta quinta-feira (17), o mercado internacional da soja volta a cair na Bolsa de Chicago, com os contratos mais negociados perdendo entre 4,75 e 5,25 pontos. Assim, o vencimento maio/16, que é referência para a safra brasileira, vinha cotado a US$ 8,64 por bushel, enquanto o julho/16 era cotado a US$ 8,70.
Segudo relatam analistas, os negócios ainda acontecem de forma bastante técnica na CBOT, uma vez que faltam fundamentos que possam trazer mais movimentação ao mercado. Enquanto isso, os traders atuam com as informações do mercado financeiro, principalmente depois da elevação da taxa de juros nos EUA pelo Federal Reserve no final da tarde desta quarta-feira (16), a qual deve influenciar diretamente o dólar e, consequentemente, as commodities de uma forma geral.
No Brasil, a divisa terminou o dia de ontem acima dos R$ 3,90 pela primeira vez desde 28 de outubro, registrando alta de mais de 1% no fechamento da sessão, e puxou os preços da soja no mercado interno.
Paralelamente, as atenções do mercado internacional se voltam, mas anda bem lentamente, às perdas que começam a ser registradas no Brasil em função das adversidades climáticas. Embora os produtores nacionais já estejam muito preocupados, as notícias que chegam aos traders internacionais ainda não carregam o mesmo peso.
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Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja: Forte alta do dólar puxa preços no Brasil e valores voltam à casa dos R$ 80 nos portos
O dólar disparou frente ao real nesta quarta-feira (16), puxou os preços da soja no Brasil e, em contrapartida pressionou as cotações na Bolsa de Chicago, que fecharam com baixas de pouco mais de 3 pontos na Bolsa de Chicago. Em Rio Grande, a soja futura subiu 2,56% para R$ 80,00 por saca, enquanto o produto disponível, em Paranaguá, registrou ganho de 1,88% para R$ 81,50.
O avanço da moeda norte-americana se deu com alguns fatores, entre eles, internamente, a turbulência que ainda marca a cena política e econômica do Brasil e, externamente, a elevação da taxa de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve - o Banco Central norte-americano - que passou de 0,25% a ser de 0,25% a 0,50%. Assim, a divisa fechou com 1,24% de alta e cotada a R$ 3,9247, a primeira vez acima dos R$ 3,90 desde 28 de outubro.
"Sem um grau de investimento e enfrentando problemas políticos e econômicos significativos, o Brasil não está em boa posição para enfrentar as consequências do aumento dos juros pelo Fed", escreveu o economista para mercados emergentes do banco BBVA, em nota clientes, Enestor dos Santos, segundo noticio a Reuters.
Paralelamente, houve ainda o rebaixamento do grau de investimento do Brasil - de BBB- para BB+ - pela agência de classificação de risco Fitch, que também tirou o selo de bom pagador do país. Ao mesmo tempo, já há rumores de que Joaquim Levy já teria acertado com Dilma Rousseff sua saída do Ministério da Fazenda.
"A redução da meta fiscal enfraquece cada vez mais o Levy. A permanência dele no governo parece estar com as horas contadas", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa também à agência de notícias.
No interior do país, algumas altas também foram registradas frente aos ganhos do dólar, como é o caso de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas as praças em Mato Grosso, que fecharam o dia subindo mais de 1% e com preços de, respectivamente, R$ 67,00 e R$ 66,00 por saca. Em Jataí, no Goiás, alta de 0,53% para R$ 64,00.
Ainda assim, os negócios não se intensificam internamente. Produtores em diversas partes do Brasil vêm sofrendo com perdas significativas nesta nova temporada diante de condições climáticas muito adversas e que reduzem o potencial produtivo das lavouras. Com isso, muitas consultorias já vêm revisando suas estimativas e deixando para trás as projeções que oscilavama na casa das 100 milhões de toneladas.
Bolsa de Chicago
Já em Chicago, as cotações da soja intensificaram suas baixas - que chegaram a passar dos 10 pontos entre as principais vencimentos -, porém, o movimento negativo perdeu força ao longo do dia e, no fechamento, as perdas superaram ligeiramente os três pontos. Dessa forma, o mercado terminou o dia oscilando com valores entre US$ 8,64 e US$ 8,76.
Segundo explicou o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, os preços ainda seguem travados no intervalo dos US$ 8,50 aos US$ 9,00 e, depois de testar a máxima nos últimos dias, voltou a realizar lucros, buscando o suporte, se comportando ainda de maneira bastante técnica. E outros fatores fortaleceram ainda mais esse comportamento dos preços, como uma nova baixa do petróleo, a alta do dólar também no mercado externo e esse busca dos fundos de investimento por um posicionamento.
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