Soja: Mercado em Chicago, nesta 4ª feira, tem dia de "acomodação" após forte ganho, dizem analistas
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago intensificam suas baixas na sessão desta quarta-feira (1). Depois de sustentado por números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça (30) e de altas superiores a 50 pontos, o mercado passa por um movimento de realização de lucros e, por volta de 12h40 (horário de Brasília), as cotações dos principais vencimentos perdiam mais de 10 pontos, com o novembro/15, referência para a safra americana, valendo US$ 10,23 por bushel.
Esse movimento já vinha sendo sinalizado pelos analistas, uma vez que o avanço das cotações na sessão anterior foi rápido e intenso. No entanto, ainda de acordo com analistas - nacionais e internacionais - os fundamentos para as cotações ainda são positivos, principalmente os climáticos com a continuidade das chuvas no Meio-Oeste americano. Além disso, o USDA trouxe ainda área de plantio para a soja e estoques trimestrais em 1º de junho menores do que as estimativas do mercado.
O desenvolvimento dos negócios, entretanto, irá depender ainda do comportamento climático nos Estados Unidos, bem como as notícias que seguem chegando sobre a demanda, o posicionamento dos fundos e os desdobramentos do mercado financeiro.
Para Carlos Cogo, consultor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, "o mercado se afastou, definitivamente, da linha dos US$ 8,00 e US$ 9,00 por bushel, se aproximou muito mais da linha dos US$ 10,00, porém, ainda sem sustentação, a medida em que há a probabilidade da normalização do desenvolvimento da safra americana de soja e os preços se acomodarem em patamares mais baixos, além da necessidade de se conhecer o real tamanho da área americana".
O mercado está, portanto, buscando "se encontrar", como explica o analista de mercado Flávio França, da França Junior Consultoria. "Mas, entendo que os números de estoques de soja e milho efetivamente trouxeram os preços a um novo patamar. Tudo agora depende das notícias do clima, mas acho que, dificilmente, os preços devem cair de novo para os níveis mínimos que tivemos há algumas semanas", completou.
O analista afirma ainda que, como é típico do mercado climático, é necessário que as previsões continuem a ser acompanhadas e, para que novas e fortes altas cheguem ao mercado, será preciso mais informação de adversidades e, consequentemente, de perdas efetivas e da consolidação da área de plantio da safra 2015/16. "Esse é um momento de reacomodação do mercado, mas os preços de soja, milho e trigo encontraram um novo patamar no mercado internacional", diz França.
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