Soja: Dólar recua frente ao real e tira força dos preços no Brasil também para safra 2015/16
Na espera pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que serão divulgados nesta quarta-feira (10) em um novo boletim mensal de oferta e demanda, o mercado internacional da soja opera sem direção e com volatilidade.
Depois de operar em campo positivo e o vencimento novembro/15, referência para a safra dos Estados Unidos, bater em US$ 9,30 por bushel, as cotações voltaram a recuar e, por volta das 11h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam entre 4 e 5,25 pontos. O contrato julho valia, no mesmo momento, US$ 9,46.
Com essa volatilidade em Chicago e mais uma baixa do dólar frente ao real, os preços no Brasil recuam nesta quarta-feira e as baixas também já eram observadas nos valores da soja da safra nova. Assim, por volta de meio-dia, o valor da oleaginosa para maio/16 no porto de Paranaguá já era de R$ 69,00 contra os preços que variavam de R$ 72,00 a R$ 73,00 nos últimos dias. A soja disponível valia R$ 68,00 por saca. Em Rio Grande, o produto da nova safra valia R$ 72,30 e da safra velha, R$ 67,90.
Bolsa de Chicago
As expectativas para o reporte são de uma redução nos estoques finais das safras 2014/15 e 2015/16 de soja dos Estados Unidos, segundo explicam analistas, e as informações são aguardas com ansiedades.
As projeções indicam uma redução nos estoques finais de soja da safra 2014/15 dos Estados Unidos e a média das expectativas - que variam de 9,8 a 8,22 milhões de toneladas - é de 9,3 milhões. Em maio, esse número veio em 9,53 milhões de toneladas.
Para os números dos estoques finais mundiais de soja também se projeta um número menor. A média das expectativas é de 86 milhões de toneladas, contra 85,5 milhões do boletim de maio do USDA. Os números variam entre 84,2 e 87,5 milhões de toneladas.
Os traders apostam ainda em uma redução dos estoques finais da nova safra de soja dos EUA. A média esperada é de 13,2 milhões de toneladas, contra as 13,6 milhões reportas em maio, e com as expectativas variando entre 11,78 milhões e 13,88 milhões de toneladas.
No quadro mundial dos estoques finais poucas mudanças são aguardadas. Para a soja, a média esperada é de 96,3 milhões de toneladas, com números variando de 90,3 a 98 milhões de toneladas. Em maio, a estimativa foi de 96,2 milhões de toneladas.
Paralelamente, segue o foco no clima norte-americano e no desenvolvimento da nova temporada que ainda sofre com um excesso de chuvas em importantes regiões produtoras do Corn Belt. De acordo com os novos mapas meteorológicos divulgados nesta quarta, as tempestades que se deslocam para o oeste do cinturão produtor hoje são um indicativo de duas frentes que podem trazer fortes chuvas para a maior parte da região produtora do Meio-Oeste. As previsões oficiais para os períodos de 6 a 10 dias e 8 a 14 dias ainda sinalizam um tempo bastante úmido, e com temperaturas um pouco mais frias em no noroeste.
"Chuvas fortes tem causado mais atraso no plantio da nova safra e forçando até mesmo alguns produtores a replantarem seus campos em algumas regiões importantes", explica o analista de mercado Bryce Knorr, do site norte-americano Farm Futures.
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