Soja: Mercado registra novo dia de altas em Chicago e tem estímulo de farelo e óleo
Os futuros da soja ampliaram suas altas na sessão desta terça-feira (5) e o mercado na Bolsa de Chicago terminou o dia subindo entre 6 e 10,50 pontos entre os principais vencimentos. Assim, o mais negociado nesse momento - julho/15 - fechou o dia valendo US$ 9,84 por bushel.
Durante a sessão, as cotações operaram boa parte caminhando de lado, sem exibir movimentações muito significativas, porém, ao longo dos negócios, segundo explicam os analistas, o mercado foi se voltando para as boas informações vindas, principalmente do quadro da demanda mundial não só pela soja em grãos, como também por seus subprodutos, principalmente o óleo.
Neste início de semana, as notícias sobre o mercado do óleo têm sido positivas e vêm permitindo uma recuperação do fôlego do mercado. Assim, as cotações do derivado também vêm subindo em Chicago e, somente nesta terça, registraram altas que superaram 1% entre as posições mais negociadas. No pregão anterior, esses ganhos passaram de 3%. Acompanhando, os preços do farelo também subiram.
E como explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIMConsult, todos os elos do complexo soja são destaque nesse momento. "Todas as operações de exportações no complexo soja global apresentam forte expansão do consumo, capaz de reduzir drasticamente os estoques de soja estimados para este ano safra", diz.
Confirmando esse quadro, ainda de acordo com o consultor, o mercado observa também as positivas margens de esmagamento na China e, consequentemente, compras crescentes, não só nos Estados Unidos, como também na Argentina e no Brasil. Com isso, na nação asiática, os preços do óleo já subiram 11% desde o último dia 10 de abril. Já a soja em grão, na Bolsa de Dalian, na China, supera os US$ 18,00 por bushel.
Exportações do Complexo Soja
No Brasil, as exportações de farelo de soja somaram, em abril, 1,28 milhões de toneladas, elevando o total do primeiro trimestre a 3,52 milhões de toneladas, ou seja, 28,5% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Já as vendas de óleo de soja foram de 160 mil toneladas no último mês, de 301 mil nos primeiros três meses do ano, com um alta de 5,6% se comparada ao mesmo período de 2014.
Na Argentina, as vendas de farelo de soja já somam 4,5 milhões de toneladas somente nos dois primeiros meses deste ano e apresentam, portanto, 24% de alta contra o mesmo período do ano passado. Sobre o óleo de soja, o aumento em relação ao primeiro bimestre desse ano e o de 2014 é de 17%. Nos EUA, há um aumento de 12% nas exportações de farelo.
Nova safra dos EUA
Nos Estados Unidos, o clima para o desenvolvimento da nova safra de grãos ainda se mostra bastante favorável e as previsões seguintes não indicam, por hora, qualquer preocupação muito séria ou mudança que possa alterar o curso da produção nesse momento.
Dessa forma, na última semana, o plantio da soja nos Estados Unidos passou de 2 para 13% da área, de acordo com o último boletim semanal de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O número ficou acima do registrado no mesmo período do ano passado - 5% - e maior ainda do que a média dos últimos cinco anos, que é de 9%.
Dólar e preços no Brasil
O dólar, nesta terça-feira, registrou uma sessão de volatilidade frente ao real e demais moedas. Depois de tentar consolidar algumas altas, encerrou o dia em campo negativo, porém, ainda acima dos R$ 3,05, já buscando se aproximar dos R$ 3,10, segundo explicam analistas.
O recuo veio depois de quatro sessões consecutivas de altas e o tom volátil e de incerteza ainda pesa severamente sobre esse mercado. "Em termos de fundamento, o dólar deveria oscilar um pouco acima de R$ 3, mas a volatilidade está muito alta. O mercado está procurando um nível para se assentar", disse à agência de notícias Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Assim, os preços da soja praticados no Brasil apresentaram pouca movimentação. Em Paranaguá, o preço subiu 0,72% para R$ 69,50 por saca, enquanto em Rio Grande, a soja disponível fechou o dia com R$ 70,40 e alta de 0,28%. O destaque continua sendo o preço da oleaginosa da próxima safra, que registrou ganho de 0,68% e subiu para R$ 74,50 no terminal gaúcho.
Veja como ficaram as cotações completas:
1 comentário
Torrãozinho se torna a praga mais prejudicial da fase inicial da soja em MT e pode gerar perdas de 20 a 30% da produtividade das lavouras
Anec eleva previsões de exportação de soja, farelo e milho do Brasil em novembro
Óleo despenca quase 3% nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago e soja em grão dá sequência às baixas
MT já fixou vendas para 38,35% da safra de soja 24/25, diz Imea
Mercado da soja no BR começa semana com preços aquecidos pelo dólar próximo dos R$ 5,80
Soja perde força com quedas fortes do óleo e opera do lado negativo da tabela em Chicago nesta 2ª
Liones Severo Porto Alegre - RS
Soja: foram embarcadas 9.079 milhões de toneladas dos portos brasileiros em abril, recorde mensal de todos os tempos (mesmo com a greve dos caminhoneiros e o incêndio do terminal de líquidos de Santos, que reduziu o fluxo de chegada da soja durante 10 dias naquele porto). A cadencia de embarque no porto de Paranaguá aumentou em 33% com 4 novos shiploaders, com capacidade de 2.000 t/hora cada.
Soja: se os embarques de maio/junho e julho repetirem o volume embarcado no mês de abril, que é muito provável pelo volume de negócios para destinos, somados os 18,717 mi t já embarcados, o excedente exportável brasileiro de 46 milhões de toneladas, esgotaria prematuramente no mês de agosto, faltando 5 meses para o término esta safra em 31 de janeiro de 2016, tal qual aconteceu com a soja norte-americana. (Fonte: SIMConsult).
Essa é uma excelente noticia, se houvesse uma malha ferroviária eficiente, funcional e barata, o Brasil poderia, além de receber mais pela soja, vender muito mais milho ao exterior. Seriam necessários não 4 mas 10 ou 20 shiploaders, mas desenvolvimento e crescimento parece não ser o que querem alguns grupos econômicos e politicos que pretendem instalar indústrias subsidiadas longe dos centros consumidores. E Liones, se me permite uma pequena correção, "se maio/junho e julho repetirem o volume embarcado no mês de abril... o excedente exportável... esgotará... devido à grande demanda.... O que evidentemente comprova tua tese de que a demanda mundial por soja vai ser maior que o estimado. Abç.
Por força do hábito escrevi tese, quando o correto é previsão.
Sr. Rodrigo, obrigado pela contribuição. Por dever de oficio, acompanho o fluxo de vendas para destinos. Faz todo o sentido sua observação sobre a deficiência da logística, porque restaram cerca de 7 mi tons, somente com destino China, para embarcar em navios esperando para atracar nos portos brasileiros, o que sugere que os embarques do mês de maio irão ultrapassar o volume embarcado no mês de abril. isto se o mês de maio não for muito chuvoso nos portos. Os portos já em operação e os que estão sendo construídos no arco norte, aumentará substancialmente a capacidade de embarques de soja e milho brasileiro. abraços
Sr.Liones,o que aconteceria se nós produtores,num ato de inteligencia,combinássemos que iríamos cortar 10% da área de soja 15/16?Como o mercado reagiria?
Sr. Rogério, com anúncio prévio, os mercados consumidores tentariam se ajustar. Mas sem anúncio (quase impossível não ser detectado), os preços explodiram com a mesma reação que ofereceria uma quebra de 10% de nossa safra, mas ainda seria pontual. Eu, pessoalmente, não recomendo esse tipo de decisão porque algum outro país, provavelmente países sul-americanos, aumentariam suas produções, tentativamente na mesma proporção e, seria difícil para o Brasil reconquistar o espaço perdido. Medidas deliberadas de agressão ao mercado para a tomada de lucro, nunca ficam impunes !!!