Soja tem boas altas em Chicago nesta 2ª feira com demanda; dólar alto favorece o Brasil
No início da tarde desta segunda-feira (4), o mercado internacional da soja vinha ampliando seus ganhos e já registrava altas de dois dígitos nos principais vencimentos. Por volta de 12h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 10 e 13,50 pontos, com o contrato maio/15 valendo US$ 9,82 por bushel. Mais cedo, as altas superaram 15 pontos.
Passado o final do último mês e dos balanços dos grandes investidores - tradicionais neste período - os compradores voltaram ainda mais ávidos ao mercado, dando novamente fôlego às cotações. "O mercado está animado nesse início de semana, os fundos voltaram à ponta compradora e a demanda é o principal fator de estímulo aos preços", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Enquanto a demanda segue forte e aquecida, os vendedores se mantêm reticentes e ainda inseguros em voltarem ao mercado. A situação é ainda mais forte na Argentina, onde a instabilidade econômica e a incerteza política desestimula ainda mais os produtores a entregarem sua soja nos atuais patamares de preços. A desvalorização da moeda local complemente o quadro desfavorável. "E nos EUA, quase não há mais oferta disponível para exportação", conclui Brandalizze.
Dessa forma, e com o dólar mais alto nesta segunda-feira, os preços da soja nos portos brasileiros - que ainda contam com a influência positiva também dos prêmios positivos - já se mostram levemente mais altos do que os registrados na última quinta-feira (30). Em Rio Grande, o produto disponível era cotado a R$ 70,00 por saca, enquanto o com entrega para maio/16 valia R$ 74,00. Já em Paranaguá, a soja disponível valia R$ 69,00.
USDA: Embarques semanais dos EUA acima do esperado
Na semana que terminou em 30 de abril, os EUA embarcaram 172,066 mil toneladas de soja, contra 311,866 mil da semana anterior. As expectativas dos traders, porém, variavam entre 0 e 110 mil toneladas. No acumulado do ano comercial, o total já é de 45.974,824 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado esse número era de 41.454,078 milhões de toneladas.
Nova safra dos EUA
Paralelamente, o mercado observa, mas ainda sem dispensar muita atenção ao quadro - o desenvolvimento da nova safra norte-americana. O plantio se desenvolve em um ritmo um pouco mais lento do que o registrado na média dos últimos cinco anos, porém, sem apresentar qualquer atraso muito significativo.
Para Vlamir Brandalizze, essas informações devem ganhar um peso maior mais adiante, a medida em que as lavouras apresentarem um estágio de desenvolvimento mais adiante.
Nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim de acompanhamento de safras, após o fechamento do mercado, às 17h (horário de Brasília). No último reporte, o departamento informou que, até o dia 26 de abril, a semeadura da oleaginosa estava concluída em 2%.
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