Soja: Queda do dólar restringe avanço dos preços no BR apesar de altas na CBOT e dos prêmios
Os preços da soja seguem avançando na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (28). Os principais vencimentos, por volta de 12h20 (horário de Brasília), registravam altas de dois dígitos nas duas primeiras posições - maio e julho/15 - e eram cotadas, ambas, a US$ 9,83 por bushel. As demais também apresentavam ganhos significativos.
Ao mesmo tempo, no Brasil, o dólar registrava um novo dia de baixas frente ao real e perdia mais de 0,50%, por volta de 12h30, operando na casa de R$ 2,90. E é essa variação negativa da taxa cambial, como explicam os analistas de mercado, é o principal fator que limita uma recuperação das cotações no mercado interno e acaba neutralizando as altas de Chicago.
Um dos fatores que ajuda a manter algum suporte aos preços, principalmente nos portos brasileiros, são os prêmios ainda muito fortes. No terminal de Paranaguá, os valores subiram ainda mais nesta terça-feira e variam, nas principais posições de entrega, entre 68 e 75 centavos de dólar sobre os valores praticados em Chicago. Em Rio Grande, os prêmios superam os 80 cents.
Assim, na tarde de hoje, os preços da soja no porto gaúcho, eram de R$ 67,20 para o produto disponível e de R$ 67,80 por saca para a oleaginosa com entrega em junho. Ontem, as cotações fecharam na casa dos R$ 66,00 em Rio Grande e caíram para R$ 64,50 no porto de Paranaguá.
Bolsa de Chicago
Segundo analistas internacionais, sem muitas novidades ainda sobre a nova safra norte-americana - o plantio foi concluído em apenas 2% da área até o último domingo (26) de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - notícias pontuais trazem esse impacto de força para o mercado, principalmente com novidades sobre a demanda pelo produto norte-americano.
Hoje, o departamento reportou uma nova venda de soja dos EUA para destinos desconhecidos, nesse caso de 390 mil toneladas de soja em grão da safra 2015/16 para destinos desconhecidos. Ontem, foi anunciada uma venda de 158 mil toneladas, porém, da safra 2014/15.
"O mercado internacional de grãos trabalha em campo misto nesta terça-feira, com a soja tentando manter seu tom positivo. No cenário macro, os mercados se mantém mais retraídos frente ao início da reunião de dois dias, que começou hoje, do Federal Reserve (o banco central norte-americano) sobre a política monetária do país, e das expectativas de que o aumento da taxa de juros no país está um pouco mais longe do que mostravam as expectativas", diz Bryce Knorr, editor e analista do site Farm Futures.
Além disso, Knorr explica ainda que o mercado se mantém firme também por conta da boa demanda pela soja dos EUA, principalmente da safra 2014/15, e pela cobertura de posições de mais curto prazo por parte dos fundos de investimentos.
"O relatório dos embarques semanais divulgado nesta segunda-feira mostraram que o volume bateu no topo das estimativas do mercado ao somarem 311,622 mil toneladas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, os embarques já estão 11% maiores, enquanto o USDA estimava que seriam apenas 9% maiores em todo o ano comercial 2014/15 se comparados aos embarques da temporada anterior", diz o analista da Farm Futures.
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