Soja inicia a semana com movimentações limitadas em Chicago nesta 2ª feira
O mercado internacional da soja, nesta manhã de segunda-feira (27), registra movimentações ainda bastante limitadas na Bolsa de Chicago. Depois da última semana com sessões de oscilações mais fortes, as cotações, hoje, subiam entre 0,20 e 0,40 pontos nos principais vencimentos e a primeira posição - maio/15 - era cotada a US$ 9,70 por bushel.
Nesta segunda, o mercado espera pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre os embarques semanais de grãos do país, bem como pelo novo boletim semanal de acompanhamento de safras com os números, principalmente, do plantio de milho que já foi iniciado.
Assim, ainda espera, paralelamente, pelas novas informações sobre o clima e as condições para o desenvolvimento das lavouras norte-americanas. De acordo com as últimas previsões, já eram esperadas melhoras no quadro climático para os próximos dias. Fatores pontuais, de acordo com analistas, como a gripe aviária nos EUA, podem exercer impactos pontuais no mercado.
Veja como fechou o mercado na última semana:
Soja: Semana foi de baixa no dólar e nos preços no Brasil; vendas seguem lentas
Apesar de algumas oscilações positivas para os preços da soja ao longo da semana na Bolsa de Chicago, o balanço semanal foi negativo para o mercado futuro americano e, consequentemente, para o mercado interno brasileiro. Afinal, na semana, o dólar também recuou, fechou com queda de mais de 2% e abaixo dos R$ 3,00.
Nos principais portos brasileiros, as cotações da soja recuaram de 1,75 a 2,92% e terminaram a semana com valores entre R$ 66,50 e R$ 67,40 por saca. No interior do país, os preços também caíram expressivamente, registrando baixas que chegaram a somar mais de 2% na semana, como é o caso de Ubiratã e Londrina, no Paraná, por exemplo. Os valores, dessa forma, terminaram a semana entre R$ 54,50 e R$ 57,50 entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas.
Frente a esse quadro, os negócios com a soja no Brasil registraram mais uma semana - que ainda teve um feriado na terça-feira (21) - de pouca movimentação. Poucos negócios foram realizados e os produtores, segundo explicam analistas, seguem retraídos e evitando participar de vendas agora, aguardando novas e melhores oportunidades de comercialização.
Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, essas novas chances de vendas, inclusive, poderiam aparecer no mercado interno, principalmente no segundo semestre, já que o consumo na indústria brasileira deve ser bastante forte e significativo. Ainda de acordo com o consultor, o novo preço que serve como meta de venda para o produtor, entretanto, é de R$ 70,00 base porto.
"O produtor brasileiro está retendo parte de sua safra para vender no segundo semestre, porque sabe que não é só o mercado internacional que faz os preços. No segundo semestre teremos uma demanda forte no mercado brasileiro tanto para farelo como para óleo e, automaticamente, em algumas regiões pode haver escassez de grãos então, o produtor pode ganhar vendendo regionalmente" explica Brandalizze.
E essa retração dos vendedores no Brasil podem ser observadas ainda nos prêmios pagos nos portos brasileiros. Os valores ainda são fortes e positivos, época em que, por conta da conclusão da colheita brasileira, estariam mais pressionados ou até mesmo negativos. Nessa semana, os valores pagos para maio e junho sobre os preços de Chicago subiram, respectivamente, 5,77% e 8,33%, para 55 e 52 centavos de dólar.
Outro fator que também trabalha como um direcionador da comercialização da atual safra brasileira de soja são as compras de insumos por parte dos produtores para a temporada 2015/16, já que as relações de troca são um mecanismo bastante utilizado nesse momento, principalmente diante dessa desvalorização do dólar.
"O que está acontecendo, na verdade, é a indefinição dos revendedores de insumos para a próxima safra, em virtude da dificuldade de entender como será a variação cambial, o que tem impactado na decisão do produtor em vender", explica o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mario Mariano. "O produtor, nesses últimos anos, aprendeu a fazer o hedge de suas lavouras, onde faz suas trocas e paga-as com grãos, ou até mesmo fazer algum endividamento garantindo suas vendas futuras. Isso fez com que o produtor aproveitasse os momentos adequados para ir fazendo algumas trocas, o que não está acontecendo nesse momento", completa.
Câmbio
Acompanhando informações do mercado externo, principalmente, o dólar fechou em baixa nesta sexta-feira (24), recuando 0,89% para R$ 2,9550 e fechou abaixo dos R$ 3,00 pela primeira vez desde 4 de março. De acordo com informações da agência de notícias Reuters, no exterior, o recuo da divisa foi de 0,3%.
Segundo o economista Jason Vieira, no Brasil, o mercado já precificou a atual instabilidade política e econômica do Brasil e o patamar dos R$ 3,00 parece ser o ponto de equilíbrio para a moeda norte-americana. Assim, uma nova movimentação mais significativa da taxa cambial dependeria de notícias vindas do quadro externo.
Bolsa de Chicago
Em um movimento de realização de lucros, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (24) fecharam o dia em queda nos principais vencimentos. O contrato maio/15 caiu 0,82% na semana, ficando em US$ 9,69; enquanto o agosto/15 recuou 0,51% para US$ 9,70.
Além dessa realização, analistas afirmaram ainda que a situação mais amena da greve dos caminhoneiros no Brasil em relação ao início da paralisação, nesta quinta-feira (23), contribuiu para esse movimento de devolução do ganhos por parte do mercado. Ainda assim, os traders ainda estão atentos às movimentações e ao impacto que podem exercer sobre o fluxo de produto no país caso a situação se agrave nos próximos dias.
Ao mesmo tempo, o mercado internacional continua atento às informações do clima nos Estados Unidos, uma vez que o plantio da soja deve ser iniciado no país nas próximas semanas. E ainda há, principalmente, incertezas sobre a área da temporada 2015/16, a qual será melhor definida pelo cenário climático dos próximos dias.
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