CBOT: Soja tenta recuperar ligeiras baixas da sessão anterior, mas ainda se mostra estável nesta 5ª
Nesta manhã de quinta-feira (23), os futuros da soja operam com ligeiras altas na Bolsa de Chicago. O mercado tenta recuperar os pequenos recuos registrados no final da sessão anterior e subia, por volta das 7h40 (horário de Brasília), entre 3,50 a 4 pontos, ainda acima dos US$ 9,70 nas posições mais negociadas.
Os investidores - que não vêm novidades entre os fundamentos - seguem à espera das primeiras informações da nova safra norte-americana e observam uma melhora nas condições climáticas para o início do plantio da soja nos próximos dias. Dessa forma, como explicam os analistas, seguem a especulação climática e as sessões de volatilidade no mercado futuro americano.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seus números sobre as vendas semanais para exportação.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja: Com estabilidade na CBOT, preços e vendas têm pouca movimentação no Brasil
Sem novidades fortes, principalmente entre os fundamentos, o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou o dia com pequenas baixas nas principais posições na sessão desta quarta-feira (22). Os vencimentos mais negociados no momento terminaram o dia baixas que ficaram entre 4,75 e 5,50 pontos e preços entre US$ 9,57 e US$ 9,71 por bushel.
Como explicou o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a margem de movimentação dos preços - justamente em função desse momento de calmaria no mercado - é bastante ajustada e, por isso, limita a oscilação das cotações. "Ao cair e se aproximar de algo entre US$ 9,50 e US$ 9,60, torna-se comprador, mas, ao bater perto de US$ 9,80, estimula alguma vendas", diz.
No Brasil, o mercado também se mostra bastante travado, ainda de acordo com o analista, já que os produtores seguem reticentes em voltar à comercialização. Nos atuais patamares de preços - entre R$ 67,00 e R$ 68,00 nos portos - os vendedores continuam sem estímulo para entregar seu produto e, como explica Brandalizze, têm como meta de preço os R$ 70,00 por saca.
Nesta quarta-feira, com o dólar fechando com uma ligeira queda frente ao real e se aproximando dos R$ 3,00 - o valor de fechamento da oleaginosa no porto de Paranaguá, entrega maio/15, foi de R$ 67,00. Em Rio Grande, a soja disponível terminou o dia com R$ 67,50 e o produto com entrega no próximo mês encerrou os negócios valendo R$ 68,60. No início da semana, a soja para maio/16 registrou preços de R$ 73,00 por saca no terminal gaúcho. Entre os prêmios, valores ainda positivos. No porto de Paranaguá, as principais posições de entrega da soja têm valores entre 48 e 53 centavos de dólar sobre os preços praticados em Chicago.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, os negócios ainda refletem o tom conservador do mercado diante das expectativas para o início da nova safra norte-americana. O plantio da soja terá início nos próximos dias e, apesar do atual quadro climático ligeiramente adverso, as previsões já apontam para melhoras mais adiante e condições que devem favorecer os trabalhos de campo, de acordo com o analista internacional Mike McGinnis, do site Agriculture.com.
"As condições estão melhorando com a chegada de um tempo mais seco nesta quarta. Ainda teremos algumas chuvas no final de semana, porém, na próxima semana, uma boa janela de plantio deverá se abrir para muitos produtores no Meio-Oeste. Esta safra (de grãos) estará 50% plantada até o dia 8 de maio sem maiores problemas. Essa é a maior marca que o mercado espera", acredita McGinnis.
Paralelamente, há ainda fatores pontuais pesando sobre o mercado, porém, com seu impacto ainda limitado, como é o caso do grave surto de gripe aviária nos Estados Unidos. A doença já se espalhou por doze estados americanos e o quadro é o mais grave em 30 anos. Porém, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) parece estar fazendo todo o esforço possível para controlar o quadro.
Para Vlamir Brandalizze, o impacto dessa epidemia de gripe aviária nos Estados Unidos ainda é bastante limitado sobre a demanda tanto por farelo de soja, quanto para o milho, que são os principais componentes da ração de aves. "Ainda não há mudanças em seu quadro do consumo interno. Os impactos são localizados", disse.
O analista explica também que a gripe aviária é uma doença típica do inverno e que o impacto poderia ser mais grave, principalmente no médio e longo prazo, caso os EUA estivesse entrando nesse estação do ano, mas o momento é contrário. "A situação pode ser amenizada nos próximos dias com as temperaturas voltando a subir. Apesar de grave, a situação está sendo controlada, já que as questões sanitárias no país são tratadas com muita seriedade", relata.
Apesar disso, o mercado internacional tanto da soja em grão, como do farelo e também do milho sentem a pressão, embora bem leve ainda, dessas notícias do agravamento da gripe aviária nos EUA e acabam compromentendo o avanço das cotações na Bolsa de Chicago. Desde 30 de março, quando as notícias sobre a gripe começaram a se agravar, os dois primeiros vencimentos do farelo já caíram pouco mais de 2% na Bolsa de Chicago.
Mike McGinnis explica ainda que essa situação já reduz o consumo de carne de frango nos Estados Unidos, mas, em contrapartida, aumenta o de carne bovina e suína, o que acaba sendo como uma compensação para a demanda por ração animal e um fator de suporte para as cotações.
"Teríamos que ver mais casos de gripe aviária acontecendo para que o mercado extendesse suas atenções em cima dessas notícias", afirma o analista internacional.
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