Soja recua na CBOT e no Brasil, porém prêmios avançam nos portos e no Golfo do México
O mercado internacional da soja parece ter voltado do feriado da Semana Santa sem muito ritmo e ainda trabalhando com estabilidade. Na sessão desta segunda-feira (6), os futuros da oleaginosa trabalham com oscilações pouco expressivas na Bolsa de Chicago, porém, mantendo-se em campo negativo. Assim, por volta das 13h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam pouco mais de 3 pontos entre os principais vencimentos.
Depois da chegada dos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre a nova temporada e a área de plantio para a soja no ano 2015/16, o mercado acumulou ganhos significativos e agora, segundo analistas e consultores, os investidores buscam um bom posicionamento antes do começo efetivo dos trabalhos de campo da nova safra e do impacto das condições climáticas sobre o andamento dos preços.
Além disso, ainda nessa semana o USDA traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e os traders também buscam se posicionar antes da divulgação dessas informações. O novo relatório será divulgado em 9 de abril e a expectativa é de que sejam revisados, principalmente, os números das exportações norte-americanas, atualmente projetados em 48,72 milhões de toneladas.
Hoje, o USDA atualizou seus números dos embarques semanais de grãos e os números da soja vieram dentro das expectativas, o que acaba motivando o mercado a manter essas oscilações um pouco mais limitadas.
Na semana que terminou em 2 de abril, os EUA embarcaram 564,823 mil toneladas de soja, contra 657,553 mil da semana anterior. Os traders apostavam em algo entre 490 mil e 630 mil toneladas. O acumulado ano chega, assim, a 44.886,823 milhões de toneladas, frente à projeção do USDA das vendas totais de 48,72 milhões de toneladas para todo o ano comercial, que termina somente em 31 de agosto. No mesmo período da safra 2013/14, os embarques já somavam 40.679,979 milhões de toneladas.
No Brasil
No Brasil, as cotações da soja iniciam a semana um pouco mais pressionadas em função, principalmente, de uma baixa do dólar frente ao real. Nesta segunda, por volta das 13h30 (horário de Brasília), a moeda norte-americana caia mais de 1% cotada a R$ 3,092. Em Paranaguá, o preço para abril/15 caiu para R$ 67,40 e em Rio Grande, para maio/15, para R$ 71,40 por saca.
Entretanto, a demanda pela soja brasileira segue aquecida e, com os atuais patamares de preços, os vendedores já se mostram mais retraídos, deixando o mercado. Dessa forma, os prêmios nos portos brasileiros subiram em relação aos últimos dias e, em Paranaguá, por exemplo, variam de 42 a 44 centavos de dólar sobre os valores praticados em Chicago.
No Golfo do México, em contrapartida, principal canal de escoamento da soja norte-americana para exportação, os prêmios estão ainda mais elevados, ficando entre 64 e 70 cents.
"A opção por soja brasileira apresenta várias razões. Uma das maiores é a qualidade de nosso produto, superior ao americano. Fazem blend de soja americana com a brasileira para produzir farelo de alta proteína. Outra razão é o frete oceânico mais barato do Brasil para a China, mas não para outros destinos que continuarão sendo supridos pelos americanos", explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult. "A demanda é responsavel pela sustentação dos prêmios em todo o mundo", completa.
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