Soja devolve parte dos últimos ganhos e registra leve baixa nesta manhã de 5ª feira
Neste último prgão da semana - amanhã as bolsas não funcionam em função do feriado da Sexta-Feira Santa - o mercado da soja opera em campo negativo, devolvendo parte dos ganhos acumulados nas últimas duas sessões. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), desta quinta-feira (2), os futuros da oleaginosa perdiam pouco mais de 4 pontos entre as principais posições mais negociadas.
O movimento de realização de lucros vem logo após um fechamento com ganhos de mais de 16 pontos nesta quarta-feira (1), quando os negócios ainda refletiam os últimos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início da semana que reportavam uma projeção da área de plantio da safra 2015/16 e os estoques trimestrais do país em 1º de março abaixo da média esperada em ambos os casos.
No Brasil, nesta quarta os preços foram pressionados pela baixa do dólar e perderam cerca de R$ 1,00 nos principais portos de exportação. Ainda assim, as cotações mantêm níveis entre R$ 71,00 e R$ 73,00 por saca. Além das altas em Chicago, prêmios que seguem positivos para a soja brasileira também favorecem.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja fecha em alta na CBOT, mas baixa do dólar pressiona cotações nos portos do Brasil
Os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago fecharam a sessão desta quarta-feira (1) com altas de dois dígitos e os principais vencimentos encerrando o dia subindo mais de 16 pontos. O contrato maio/15 terminou o pregão valendo US$ 9,89, enquanto o agosto/15 ficou com US$ 9,94 por bushel.
Em contrapartida, o dólar fechou em baixa pela terceira sessão consecutiva e pressionou as cotações no mercado brasileiro. A moeda norte-americana fechou o dia com baixa de 0,58% a R$ 3,1725. Segundo especialistas, o movimento negativo da divisa se deu frente a uma aparente evolução nas negociações entre o Senado e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre alguns pontos do pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo federal e, entre outros pontos, sobre o indexador da dívida dos estados e municípios com União.
Dessa forma, os preços nos portos recuaram e afastaram ainda mais os produtores da ponta vendedora do mercado, segundo explicam analistas. Em Paranaguá, a soja para abril/15 ficou em R$ 69,00 por saca, com baixa de 3,50%; em Rio Grande o valor manteve os R$ 73,50 e no terminal de Santos a baixa foi de 1,92% para R$ 71,60.
Para Carlos Cogo, consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, o produtor neste momento está inseguro diante da volatilidade do dólar e das especulações típicas deste momento do mercado internacional em que as atenções se voltam para o quadro climático nos Estados Unidos e de que maneira irá impactar no desenvolvimento da safra 2015/16.
"O mercado esperava novos avanços de preços via câmbio e isso parece não ser o que está no horizonte. Agora, via dólar por bushel passa a ser possível dentro de um mercado climático, de especulações. A soja pode voltar tranquilamente para os US$ 10,00 por bushel.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, as altas registradas nas duas últimas sessões foram motivadas, entre outros fatores, por uma retomada das cotações após as baixas dos últimos dias, quando o mercado vinha precificando uma perspectiva de números para a área de plantio com a soja maiores do que os recentemente reportados.
Além disso, os últimos números reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que mostraram uma perspectiva de área menor do que a média esperada - com menos de 35 milhões de hectares - estimularam os investidores à voltarem para a ponta compradora do mercado, motivando a intensificação das altas na sessão desta quarta, de acordo com analistas internacionais. "O mercado da soja viu algumas compras seguindo o movimento de alta registrado no pregão anterior", acredita Bob Burgdorfer, analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures.
Para o consultor de mercado Ênio Fernandes, apesar desses números - tanto para a soja quanto para o milho - terem surpreendido, o foco dos negócios agora, no mercado internacional principalmente, deverá se voltar para as condições climáticas nos Estados Unidos já que, nas próximas semanas, se inicia o plantio da temporada 2015/16. "Qualquer pequeno problema que tivermos com o clima nos EUA, os preços estarão sustentados", explica. "Clima constrói preço", completa.
Assim, para o consultor, somente a chegada desses novos e primeiros números sobre a área norte-americana na próxima temporada são insuficientes para tirar o mercado, definitivamente, de um intervalo que tem se mostrado consistente para os preços entre US$ 9,50 a US$ 9,80 / US$ 9,90 por bushel em Chicago.
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